O senador Wellington Salgado (MG), vice-líder do PMDB no Senado, disse há pouco que não há nenhuma irregularidade na defesa apresentada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para comprovar que ganhou R$ 1,9 milhão com a venda de gado nos últimos quatro anos.
Wellington disse que analisou toda a documentação apresentada pelo colega de partido e que todas as transações feitas pelo senador alagoano estão devidamente comprovadas, por meio de Guias de Trânsito de Animais (GTAs), recibos e declarações de vacinação. "Só falta Renan ter a dentadura dos bois", brincou.
Por isso, segundo ele, "não faz o menor sentido" o Conselho de Ética adiar a votação do parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que arquiva o processo por quebra de decoro contra Renan. De acordo com o vice-líder do PMDB, há "um jogo político claro para tirar Renan da cadeira [da presidência do Senado]".
Reunião inadequada
Mas nem todos os senadores estão tão convencidos da inocência do senador. Jefferson Peres (PDT-AM) considerou inadequada a reunião convocada por Renan com parlamentares da base governista no gabinete da presidência da Casa. Para Jefferson, o peemedebista deveria ter apresentado sua defesa no próprio Conselho de Ética, e não em uma reunião informal.
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"É preciso fazer uma investigação profunda. Espero que o bom senso prevaleça", declarou. O pedetista não soube avaliar se as novas denúncias, veiculadas ontem pelo Jornal Nacional, podem influencionar a votação do parecer de Cafeteira.
A reportagem mostra que o senador incluiu notas fiscais frias nos papéis que entregou ao Conselho para comprovar seus rendimentos. O dinheiro obtido com a venda dos animais é a principal linha de defesa de Renan para comprovar que pagou com recursos próprios alugel e pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. De acordo com denúncia da revista Veja, a conta era paga por Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Júnior. (Soraia Costa e Lúcio Lambranho)
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