Uma semana depois de ter recebido elogios em sua estréia na tribuna do Senado, o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) foi alvo ontem (21) de um discurso duro do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Ao contrário dos colegas que disseram, no último dia 15, ter havido abusos no processo de impeachment do ex-presidente, Simon defendeu os trabalhos da CPI do PC, da qual participou.
Segundo ele, a comissão reuniu provas documentais e legítimas que justificaram a queda de Collor. "Seu mandato de hoje é legítimo como legítimo foi o seu afastamento em 1992”, disse o gaúcho, dirigindo-se ao ex-presidente, que acompanhava o discurso.“
Em aparte, o senador alagoano contestou as declarações de Simon e reiterou que o Supremo Tribunal Federal (STF) o absolveu das acusações. O peemedebista retrucou e disse que o Supremo não deveria ter arquivado o processo. Segundo o gaúcho, Collor se beneficiou da prática do tribunal de não condenar agentes públicos, como ministros, deputados, senadores e presidentes.
Apesar das críticas, Simon classificou como legítimo o retorno de Collor à vida pública. “É a vontade do povo brasileiro de Alagoas, contra a qual será antidemocrática qualquer oposição”, destacou o senador, apontado como uma das referências éticas do Senado.
Leia também
Simon observou, ainda, que o então presidente não tentou impedir nem barrar a criação da comissão mista que acarretou o fim de seu mandato, postura que não foi seguida por seus sucessores no Planalto. “Ao contrário, o que aconteceu, a partir de então, foi uma seqüência de pressões contrárias à instalação de CPIs, o que levou as chamadas minorias a apelarem ao Supremo Tribunal Federal”, disse o senador gaúcho.
Em um discurso que parou o Senado, Collor deu sua versão sobre o impeachment. Disse ter havido excessos em seu julgamento e enumerou erros jurídicos durante o seu processo no Congresso e atribuiu sua queda ao mau relacionamento com os parlamentares (leia mais). Esses argumentos também foram explorados pelo ex-presidente em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco (clique aqui para ver o vídeo).
(Edson Sardinha)
Deixe um comentário