Foi na tentativa de pressionar o PT que o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira concedeu a entrevista ao jornal O Globo em que disse que a meta do empresário Marcos Valério era arrecadar R$ 1 bilhão até o fim do governo Lula. É essa a avaliação da Polícia Federal após ouvir ontem Silvinho, em Brasília. O ex-dirigente do partido teria se sentido abandonado pelos antigos companheiros. Com as declarações, teria sinalizado que tem coisas a dizer.
Em seu depoimento, o ex-secretário-geral do PT negou ter ingerência política sobre os Correios ou qualquer conhecimento sobre fraudes em contratos firmados pela estatal. Questionado sobre a entrevista que deu ao jornal O Globo, ele disse ter “buscado tais informações, salvo engano, em matéria publicada pela revista Veja“. Disse também “desconhecer” se a soma teria como fonte contratos entre as agências do publicitário Marcos Valério de Souza com o governo, entre os quais o da SMP&B com os Correios.
No depoimento à CPI dos Bingos na última quarta-feira, Silvinho mostrou-se magoado com a exclusão que sofreu dentro do partido, principalmente de integrantes com quem ele conviveu, como gosta de ressaltar, por mais de 20 anos: “Muitas vezes, deixei de ter cargos no PT porque não tinha mandato, aqueles que tinham mandato assumiam cargos de relevância.”
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O ex-dirigente também não escondeu ter ficado chateado por não ter participado do 13º Encontro Nacional do PT, realizado entre 28 e 30 de abril em São Paulo. Silvio pediu a desfiliação do partido após a deflagração da crise política causa pelas relevações sobre os recursos ilegais movimentados pelo PT e por outros partidos da base governista.
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