O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da extinta CPI dos Correios, disse agora há pouco no STF que "quadrilha não é uma coisa que se identifique com tanta clareza". "É uma seqüência de atos praticados exatamente por aqueles que ocultam o crime", completou Serraglio. A afirmação se refere à dúvida levantada pelo ministro Ricardo Lewandowski quanto à aceitação da denúncia de formação de quadrilha. Para Lewandowsky, a denúncia por este crime é inepta, pois "a adequação típica não foi feita".
"É partir daquilo [indícios] que se evidencia [a formação de quadrilha] e se parte para a responsabilização. No caso, temos muitas pessoas envolvidas para se dizer que não haja quadrilha", afirmou o deputado do Paraná. O fato dos ministros terem aceitado a denúncia de formação de quadrilha contra integrantes do PP, diz Serraglio, é a sinalização de que também aceitarão contra os intergrantes do núcleo político do PT acusado de participação no esquema do mensalão. "Mas para saber quais os que efetivamente serão qualificados como integrantes dessa sociedade criminosa, temos que aguardar a manifestação dos votos", afirmou o deputado paranaense.
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José Dirceu
O relator da CPI dos Correios também afirmou que a chefia da organização "é de quem conduz o proveito". Uma clara referência ao então ministro da Casa Civil e deputado cassado, José Dirceu. Para Serraglio, aconteceu exatamente o que afirmou o presidente do PTB, Roberto Jefferson, também um dos 40 acusados no mesmo inquérito sob julgamento do STF. "O passarinho parou de gotejar. O pagamento estava sendo gotejado em troca de alguma coisa, cujo núcleo central foi identificado por Roberto Jefferson, quando disse que quem comandava tudo era o ex-ministro José Dirceu", afirmou Serraglio.
Neste momento, o relator do inquérito do mensalão lê seu voto sobre as acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, contra integrantes do PTB. (Ana Paula Siqueira)
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