Não funcionou a última cartada do governo para conseguir o apoio do PSDB na votação de amanhã sobre a prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O Planalto propôs aplicar 100% do tributo na saúde. No entanto, os tucanos saíram agora há pouco de uma reunião no gabinete do presidente da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), reafirmando que votarão contrariamente à CPMF. A reunião foi encerrada por volta das 23h40.
“Não consigo me ver mudando de idéia, nem consigo ver minha bancada mudando também”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). O tucano também avalia que o governo não terá os votos necessários para aprovar a matéria em plenário. “Acredito que eles não têm os 49 votos sem o DEM e sem o PSDB. Eles têm 53 senadores, mas com os dissidentes eles ficam longe dos 49”, disse.
Os parlamentares do PSDB negam, inclusive, que o governo propôs à legenda aplicar 100% dos recursos da CPMF em troca do apoio tucano na votação. Oficialmente, os parlamentares do PSDB apenas fizeram os últimos acertos para a votação desta quarta-feira (12).
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Contudo, um pouco antes do encontro, no plenário do Senado, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) rechaçou qualquer possibilidade de acordo com o governo às vésperas da votação.
“Agora, na antevéspera de uma derrota, acena com uma proposta de atendimento à saúde pública? A proposta do governo não me convence”, declarou o tucano.
A sessão que definirá se a CPMF será ou não prorrogada até 2011 terá início nesta quarta-feira, às 16h. O tributo rende cerca de R$ 40 bilhões por ano aos cofres do governo e mobiliza toda a base de apoio do governo no Congresso. (Rodolfo Torres)
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