Enquanto na Câmara o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) conseguia as assinaturas para instalar uma CPI, senadores pediram à Procuradoria-Geral da República que também investigue as relações do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e de outros parlamentares com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na tarde de hoje (20), parlamentares de quatro partidos encaminharam ao órgão um pedido de investigação.
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Senadores do PT, PSB, PDT e PSOL pediram que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, requisite junto à Polícia Federal informações da Operação Monte Carlo, que desmontou um esquema ilícito comandado por Cachoeira. O pedido pede que a PGR apure se há algo que possa configurar “delito sujeito a investigação no âmbito da competência originária do Supremo Tribunal Federal”.
No pedido, os senadores mencionam as reportagens que divulgaram conversas telefônicas e gravações de vídeo entre Cachoeira e parlamentares e ressaltam a possibilidade que o Ministério Público tem para requisitar informações, documentos e solicitar diligências investigatórias.
No plenário da Casa, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) também apresentaram requerimento ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) para que o procurador realize as investigações. “Como senador, eu quero saber o que aconteceu, porque, com as informações, poderemos agir, inclusive instalando uma CPI”, disse Taques.
As investigações da Polícia Federal apontaram para a existência de uma série de conversas telefônicas entre Cachoeira e Demóstenes. Também se descobriu que o bicheiro dera de presente de casamento para o senador uma cozinha completa. Finalmente, descobriu-se que Cachoeira deu a Demóstenes um aparelho Nextel, para que as conversas entre os dois, por rádio, não pudessem ser rastreadas.
Segundo Demóstenes, os requerimentos são uma reação ao que ele mesmo propôs. No início do mês, o senador subiu à tribuna da Casa para se defender e disse que os órgãos de competência deveriam abrir investigações para comprovar que, apesar de sua amizade com Cachoeira, ele não estava envolvido nas ações ilegais.
“Essa representação é uma reação ao que eu mesmo pedi. Eles agiram conforme eu pedi quando falei sobre isso no plenário. Não vejo nenhum problema nesse requerimento”, disse ao Congresso em Foco. Demóstenes garantiu que não tem receio algum sobre as informações que a PGR pode levantar.
O Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Cachoeira e mais 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. De acordo com a Procuradoria, o grupo era comandado por Cachoeira e explorava pontos de jogos de caça-níquel em Goiânia e no entorno de Brasília. As máquinas intaladas eram clandestinas. Policiais militares, civis e federais protegiam o negócio.
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