Os senadores estão cautelosos e não querem comentar a matéria publicada hoje (25) pela revista Veja com acusações ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). (leia mais)
“Não cabe a nós ficar dando opinião sobre isso. Cabe somente à pessoa que está sendo acusada dar sua explicação”, disse o senador Valdir Raupp (RO), líder do PMDB na Casa.
Para os senadores, é “precipitado” falar sobre as conseqüências das denúncias apresentadas pela revista antes de ouvir a versão de Renan Calheiros.
“Pelo que vi até agora, a única coisa que o presidente fez errado foi trair sua mulher. Todo o resto é conseqüência disto. Mais ainda é cedo para avaliar o que vai acontecer”, argumentou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). "Hoje é sexta-feira e teremos que esperar a repercussão sobre esse assunto no final de semana e na próxima semana. A maior parte dos senadores já está fora", acrescentou.
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Segundo o repórter Policarpo Júnior, da Veja, um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagou, de janeiro de 2004 até dezembro do ano passado, R$ 12 mil mensais de pensão para a filha de três anos do senador Renan Calheiros com uma namorada jornalista.
À revista, o senador disse que o dinheiro usado para pagar a pensão era dele, e que a única relação que tinha com o lobista era de amizade.
Logo pela manhã, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi à tribuna fazer um discurso sobre a necessidade de moralidade do poder público. Antes, no entanto, ele citou a reportagem e disse que não falaria diretamente sobre o assunto.
“Vamos fazer uma reunião com o presidente para que ele se explique. Antes de falar qualquer coisa, temos que falar com ele”, disse Simon.
Durante seu discurso, o senador lembrou que é advogado e que em sua profissão sempre foi a favor de que “na dúvida, se optasse pela absolvição”. Lembrou, no entanto, que no governo e na política deve ser diferente: “na dúvida, demite”, disse.
Questionado sobre o que deveria acontecer no Legislativo em caso de suspeitas, o senador tentou amenizar: “No Legislativo quem tem cargo tem que ser julgado e ter direito de resposta”.
O PMDB e o Conselho de Ética têm reunião marcada para a próxima quarta-feira, quando deve ser discutida a situação do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros. (Soraia Costa)
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