Um dia depois do feriado de Nossa Senhora Aparecida, os poucos senadores que compareceram à Casa aproveitaram a tribuna do plenário para comentar e parabenizar as várias marchas contra a corrupção que aconteceram em 25 cidades do país. Organizadas por pessoas da sociedade civil por meio das redes sociais, ontem (12) em Brasília, a Marcha reuniu mais de 13 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.
Para a senadora Ana Amélia (PP-RS), os eleitores estão corretos ao fiscalizar tanto a Câmara quanto o Senado, e também as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores, pois somente “dessa forma será possível ter uma democracia verdadeiramente forte, verdadeiramente qualificada”. “O que interessa à sociedade é a execução e aplicação da ética, da responsabilidade para evitar que a corrupção continue corroendo o espaço público e a Administração Pública, seja no Poder Legislativo, seja no Poder Executivo, seja no Poder Judiciário”, discursou.
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Ana Amélia também defendeu o Conselho Nacional de Justiça, alvo de recentes polêmicas envolvendo o seu fechamento e uma das três bandeiras dos manifestantes, que também pedem o fim do voto secreto parlamentar e a defesa da Lei da Ficha Limpa. A senadora afirmou que seria um retrocesso se houvesse algum tipo de limitação ao trabalho do órgão e que este atua em conformidade aos anseios da sociedade brasileira.
Ao final de seu discurso, Ana Amélia citou a coluna do jornalista Rudolfo Lago intitulada “Ih… o povo apareceu”, publicada ontem (12) pelo Congresso em Foco. Ela destacou o trecho em que o jornalista escreveu ser “impossível que quem critica o atual movimento contra a corrupção não perceba – se tiver honestidade intelectual – que ele se fundamenta exatamente nos mesmos princípios que motivaram, por exemplo, o movimento dos caras pintadas que [foi responsável pelo impeachment do ex-presidente] Fernando Collor, [nosso agora colega senador]. Por que aquele movimento era legítimo e considerado histórico e este agora virou uma manifestação de mauricinhos de direita?”
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) destacou o espaço que os jornais deram ao assunto e disse que isso evidencia a importância do movimento e elogiou a iniciativa dos jovens brasilienses que foram à marcha. Ao contrário do que muitos previam, de acordo com o senador, como a crítica de que o movimento é genérico demais, Simon disse que “os jovens estavam lá com firmeza, com tranquilidade, mas sabendo o que queriam”.
Ao lembrar que vários parlamentares têm falado sobre o combate à corrupção, Simon afirmou que a prática pode parecer repetitiva, mas disse que “ainda falta muito pra chegar onde queremos”, e pediu para que os manifestantes e novas pessoas continuem com as marchas.
O senador ainda afirmou que no próximo domingo (16) haverá uma caminhada pela ética em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
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