Com a filiação de Blairo, a bancada peemedebista no Senado passa a ter 19 integrantes. A decisão do senador de trocar o PR pelo PMDB foi publicada em primeira mão pelo Congresso em Foco em junho. Na ocasião, o ex-governador de Mato Grosso dizia que não aceitava mais ficar em “partido que tem dono”, no caso, o PR, do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado no mensalão.
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Na época, Blairo afirmou que, embora a bancada no Senado atuasse com independência, a maioria dos parlamentares do PR seguia a cartilha de Valdemar e do deputado Alfredo Nascimento (PR-AM), ex-ministro dos Transportes. “Quero fazer a minha opção política. Fazer política em um partido mais orgânico, que seja maior, que tenha inserção na disputa eleitoral”, explicou o senador. Com a saída dele, o PR terá apenas três nomes no Senado: Wellington Fagundes (MT), Vicentinho Alves (TO) e Magno Malta (ES).
Um dos membros da bancada ruralista de maior influência no Congresso, Blairo, 59 anos, é também um dos parlamentares federais mais ricos. Seu nome figura na lista dos bilionários da revista Forbes. Segundo a edição divulgada em março, ele tem fortuna pessoal avaliada em US$ 1,2 bilhão. Próximo ao ex-presidente Lula, Blairo Maggi foi governador de Mato Grosso, por duas vezes, e teve participação marcante na discussão do Código Florestal.
Na oportunidade, embora tivesse a imagem de adversário dos ambientalistas (chegou a ganhar o Prêmio Motosserra de Ouro), terminou se revelando um negociador hábil, que em vários momentos contribuiu para conciliar as posições antagônicas entre os então radicalizados grupos de produtores rurais e de ecologistas. O senador já foi conhecido como “rei da soja”, na condição de maior produtor mundial do grão. Nos últimos anos, no entanto, esse título passou ao seu primo, Eraí Maggi.
O senador defende que a bancada peemedebista atue com independência em relação ao governo. “O partido deve buscar seu próprio rumo nas políticas de interesse público, fazendo um enfrentamento com o governo sem sair da base. Pelo tamanho do partido, ele precisa saber qual é o rumo. Fazer enfrentamento e reformas. Muitas coisas não dependem da presidência, podem ser feitas pelo Congresso”, avalia.
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