O Senado vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que faça uma auditoria para apurar possíveis desvios ou desaparecimento de bens dos palácios do Planalto e da Alvorada. O requerimento foi aprovado ontem à noite pelos senadores, em votação simbólica e sem contestações. Autor do pedido, o líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), alega que a Polícia Federal apura “a retirada de bens do Palácio do Planalto ao fim do mandato do ex-presidente Lula, e armazenado em um depósito em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo”.
“A Polícia Federal já catalogou e fotografou para verificação de dano à União. Cabe agora darmos total transparência ao processo”, afirmou Caiado. O senador diz que há suspeita de que bens pertencentes à União tenham sido levados pelo petista.
De acordo com a Lava Jato, parte da mudança do ex-presidente foi armazenada em uma empresa especializada de São Paulo, que recebeu R$ 1,3 milhão da construtora OAS, entre 2011 e 2016, para guardá-la em depósito.
“Diante da gravidade desse fato, torna-se urgente que o Tribunal de Contas da União realize uma auditoria patrimonial nos Palácios do Planalto e Alvorada, para que este Senado Federal, enquanto câmara alta do Congresso Nacional, possa exercer de fato sua competência fiscalizadora, definida na Constituição”, diz o líder do DEM no requerimento.
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Na sexta-feira passada, quando Lula foi levado para depor coercitivamente, a Polícia Federal expediu um mandado para recolher todo o material que está encaixotado e embalado no depósito. O juiz Sérgio Moro, no entanto, negou a apreensão, determinou apenas que os objetos fossem fotografados e catalogados para posterior apuração de dano à União.
Os senadores ainda aprovaram outro requerimento de Caiado, pedindo ao TCU a realização de auditoria para apurar a suspeita de desvio de recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para campanhas do PT. O líder do DEM embasa o pedido na suspeita de repasses da Caixa Econômica Federal e de fundos de pensão de estatais para fundo de investimento criado pela entidade que totalizam R$ 52 milhões.
“Esses supostos repasses federais para uma cooperativa investigada por desviar R$ 100 milhões para abastecer caixa de campanha do PT deve ser investigada. A Justiça Federal inclusive já autorizou a Polícia Federal a ter acesso à documentação bancária e fiscal da Bancoop, bem como do fundo de investimento criado pela cooperativa”, defende Caiado.
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