A medida provisória perdia a validade em 15 de agosto. Mesmo com tempo para analisar, deputados e senadores aceleraram a tramitação da proposta. Em três dias, o texto passou pela comissão mista instalada para analisá-la e pelos plenários da Câmara e do Senado.
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O texto original do governo concedia benefícios para cidades e agricultores atingidos pela seca. No entanto, uma série de mudanças aumentou consideravelmente o texto editado pelo governo em 2 de abril. Entre as mudanças estão o perdão às dívidas de produtores rurais localizados na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) cujo valor atual seja de até R$ 15 mil, se originalmente ela tiver sido de até R$ 50 mil. Outra emenda permite que a renegociação individual de dívidas quando houver empréstimo de até R$ 35 mil.
As desonerações incluem mais de dez setores, dentre eles os de transportes, construção civil, varejo e empresas de comunicação. As empresas serão beneficiadas por meio da substituição de uma contribuição de 20% sobre suas folhas de pagamento, feito diretamento ao Instituto Nacional do Seguro social (INSS), pela cobrança de uma taxa de 1% a 2% sobre o faturamento.
Taxistas
Além das desonerações, a MP recebeu emenda que prevê o direito de sucessão nas permissões de táxis. O dispositivo foi incluído na Câmara e estabelece que a permissão de taxista passe para os filhos, irmãos ou cônjuges após a morte do titular.
Na prática, a proposta torna a permissão, que é um instrumento jurídico precário, hereditário para a família do dono do táxi. Pelo Código Civil, um contrato pode ser rompido sem pagamento de multa pelo permissionário – no caso, o governo. A lei também estabelece que o direito de sucessão é diferente de herança e está vinculado a caráter hereditário.
Grupo de representantes dos taxistas assistiram à votação no plenário do Senado e aplaudiram a aprovação da MP. “Eles terão muito o que comemorar, porque foi feita justiça a essa classe trabalhadora”, afirmou o senador Gim Argelo (PTB-DF).
Seca
O texto original do Executivo tinha dez artigos e concedia uma série de benefícios para municípios atingidos pela seca. No entanto, foi modificada na comissão especial. Seu conteúdo foi ampliado para 46 artigos. E ainda recebeu outras modificações no plenário da Câmara, como as emendas dos táxis e da subvenção às usinas de etanol no norte do Rio de Janeiro. O texto aprovado pelo Senado foi um projeto de lei de conversão semelhante ao votado pela Câmara.
Pelo texto aprovado, os agricultores que aderiram ao Fundo Garantia-Safra entre 2011 e 2012 e sofreram os efeitos da seca receberão um pagamento adicional de R$ 560. Entretanto, o pagamento fica suspenso se coincidir com o pagamento do Fundo Garantia-Safra referente ao período 2012/2013.
A MP também autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a comprar até 550 mil toneladas de milho em grão para venda direta aos pequenos agricultores de aves, suínos, caprinos, bovinos e ovinos que estejam na região da Sudene.
Também para os agricultores da área da Sudene, foram concedidas condições especiais para a quitação de dívidas de até R$ 100 mil contratadas pelos produtores rurais até 2006, inclusive eliminando do saldo devedor as multas ou sanções por inadimplemento e concedendo descontos que vão de 40% a 85%, a depender do valor da dívida.
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