Os líderes do DEM e do PSDB no Senado, senadores Agripino Maia e Arthur Virgílio, anunciaram há pouco à imprensa que pedirão o sobrestamento (adiamento com suspensão da validade) do parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) sobre a representação do Psol contra o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Antes de votar o relatório, que defende o arquivamento da denúncia de que Renan teria tido despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior, Virgílio e Agripino consideram importante periciar os documentos apresentados pela defesa do senador e ouvir os depoimentos de Gontijo e do advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon.
"Eu não posso impor a minha vontade, mas é hora de ver quem tem mais argumentos para decidir o que vai ser feito", disse o tucano. "Não estamos fazendo prejulgamento. Nossa posição é coerente desde o início desse processo. As denúncias colocam em xeque documentos apresentados. Se foram falsos, já é quebra de decoro", acrescentou Agripino.
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A realização da perícia e a coleta de novos depoimentos foram sugeridas por Virgílio ainda na reunião de quarta-feira (13) do conselho (leia). A alternativa agradou representantes da oposição, mas contrariou Cafeteira. O presidente do colegiado, senador Sibá Machado (PT-AC), optou, então, por conceder apenas vistas coletivas ao relatório por 48h.
Antes do fim da reunião, porém, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) anunciou que apresentaria voto em separado pedindo o sobrestamento. Hoje, logo após a confirmação de que o DEM e PSDB também assinariam o voto, Demóstenes declarou: "Não faz sentido ter esse arquivamento sumário. Tem que suspender a votação do parecer e reabrir as investigações". (Lúcio Lambranho e Soraia Costa)
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