Edson Sardinha
O ministro da Educação, Fernando Haddad, será convidado pelo Senado a prestar explicações sobre os problemas constatados na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último fim de semana. O convite foi aprovado pela Comissão de Educação, por sugestão da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
Por se tratar de convite, o ministro não é obrigado a comparecer. Mas, segundo o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), Haddad está disposto a falar sobre o assunto com os senadores. Jucá também decidiu assinar o requerimento apresentado por Marisa. A audiência pode ser marcada para a próxima semana.
Em entrevista ao progrma “Bom dia, Brasil”, da Rede Globo, o ministro da Educação disse hoje não haver necessidade de se realizar um novo exame e que o governo vai recorrer da decisão da Justiça Federal do Ceará que determinou ontem (8) a imediata suspensão do Enem 2010. A decisão vale para todo o país.
Ao acolher em caráter liminar o pedido do Ministério Público Federal no Ceará, a juíza Carla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal, entendeu que os erros de impressão das provas causaram prejuízos aos candidatos. Em todo o Brasil, 3,3 milhões de estudantes fizeram o exame.
Ao todo, 21 mil cadernos de prova amarelos não traziam todas as 90 questões aplicadas. Outro problema constatado foi a inversão do cabeçalho das provas: as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza, e as de 46 a 90, como de ciências humanas.
Na normalidade
Em nota divulgada ontem, a gráfica responsável pela impressão das provas admitiu que houve falha em um dos lotes, mas disse que os erros estavam “dentro da normalidade”.
Ainda no “Bom dia, Brasil”, Haddad afirmou que a eventual anulação de algumas questões do Enem seria normal. “Nós vamos recorrer da decisão da juíza. Não há nenhuma razão objetiva, técnica, para cancelar a prova do sábado. Se nós não acatarmos a Teoria de Resposta ao Item, se não considerarmos que é possível aplicar uma prova aos alunos prejudicados com o mesmo grau de dificuldade da primeira, nós vamos colocar em risco todo o sistema de avaliação do Brasil”, declarou o ministro.
Em visita a Moçambique, o presidente Lula também saiu em defesa do Exame Nacional do Ensino Médio. “O sucesso do Enem foi total e absoluto”, afirmou. Segundo ele, os problemas apresentados no último não afetam a imagem da prova. “Eu acho que não afeta. Tem muita gente que quer que afete, porque até hoje tem gente que não se conforma com o Enem, mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem-sucedido”, afirmou.
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