Sem a presença da oposição, senadores aprovaram há pouco, em votação simbólica, a medida provisória que cria a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e mantém as transmissões da TV Brasil (já funcionando em caráter experimental) – um dos grandes desafios do Planalto no Senado depois da frustrada proposta de prorrogação da CPMF. A matéria vai agora à sanção presidencial.
"Foi uma vitória importante. Fizemos valer a maioria e procuramos até o útimo momento fazer um entendimento com a oposição", comemorou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que pode ter causado um grande problema para o governo, apesar da aprovação de hoje. "Não foi possível. Nós colocamos então a prioridade da bancada do governo, que era aprovar a matéria, e graças a Deus conseguimos aprovar."
Jucá disse ao Congresso em Foco não temer as ameaças da oposição em obstruir a votação do Orçamento, cujo acordo firmado na tarde de ontem (11) propiciou a votação para as 15h desta quarta-feira (12). Para ele, a peça orçamentária será aprovada pelo Congresso. "O Orçamento é do Congresso, a Câmara dos Deputados está envolvida também. A disputa aqui no plenário foi regimental: a oposição tentou obstruir com o regimento, e eu tentei botar para votar com o regimento", declarou o peemedebista. "Graças a Deus fui feliz."
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A jornalista Teresa Cruvinel, indicada pelo presidente Lula para chefiar a EBC, foi reverenciada por diversos senadores da base governista, entre eles José Sarney (PMDB-AP) e Francisco Dornelles (PP-RJ). "É uma das mais respeitáveis profiissionais da imprensa brasileira", elogiou Dornelles. Mais cedo, Cruvinel chegou ao plenário acompanhada por um grupo favorável à criação da EBC. O cartunista Ziraldo era um dos membros do grupo, e disse à reportagem que, se a MP não viesse a ser aprovada, "a gente está lascado". (leia)
Longa sessão
A oposição se retirou do plenário minutos antes de a MP ser votada, em protesto contra uma manobra de Romero Jucá, que abriu mão do caráter de urgência de uma medida provisória que dispunha sobre crédito rural.
Os senadores passaram sete horas votando apenas uma MP, uma vez que a oposição obstruía renitentemente a pauta para adiar ao máximo a apreciação da MP que cria a nova empresa de comunicação.
Com a atitude de Jucá, os oposicionistas sentiram-se impedidos de, caso fosse mantido o rito de discussões, prolongar ainda mais a ordem do dia com o objetivo de atrapalhar os planos do governo. Depois de aprovada a MP da TV Pública, alguns pronunciamentos se seguiram até que, às 3h11, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), encerrou a sessão. (Fábio Góis e Rodolfo Torres)
*Matéria atualizada às 03h25
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