A presidente Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento na TV na noite deste domingo (29), que nenhuma economia é perfeita e que sempre haverá “algo por retocar”. No discurso em que deu uma mensagem de fim de ano para os brasileiros, ela enfatizou uma visão otimista para 2014, rebateu críticas à redução nas contas de luz, fez afagos em movimento sociais e, sem citar as prisões do mensalão, disse que o combate à corrupção está em alta no país. Ela ainda destacou que, apesar das promessas de investimentos na saúde e na educação, há muito o que fazer nessas áreas sociais.
O governo Dilma tem se destacada em fazer mudanças legais para determinados setores da economia, como reduções de impostos para áreas consideradas estratégicas por determinado tempo. Se isso beneficia as vendas, por outro gera insegurança para investidores, com medo de regras instáveis. Dilma rebateu esse argumento hoje. Ela afirmou que não existe economia perfeita e que é preciso fazer modificações para se chegar a um equilíbrio.
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“Sempre haverá algo por fazer, algo por retocar, algo por corrigir, para conciliar o justo interesse da população e das classes trabalhadoras e o interesse dos setores produtivos”, disse Dilma. A presidente afirmou que é preciso agir para procurar soluções e não “ampliar os problemas”.
Ela disse que um clima de incertezas pode atrapalhar o crescimento econômico. “Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas.”
Dilma afirmou que as “duras críticas” à redução de impostos e da conta de luz são feitas por parte “daqueles que não se preocupam com o bolso da população brasileira.”
Sem risco
A presidente disse que o ano termina “melhor do que começou” e que os brasileiros devem entrar em 2014 com “a certeza de que seu padrão de vida vai ser ainda melhor”. “Sem risco de desemprego, podendo pagar suas prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar o seu próprio negócio”, continuou Dilma. Ela destacou os investimentos do programa habitacional “Minha Casa Minha Vida” não só para os pobres, como para a classe média, para a qual pretende ampliar o projeto.
Citou os 6 mil profissionais de medicina que passaram a atuar no programa “Mais Médicos”, a chegada de novos médicos em março e os investimentos do petróleo do pré-sal na educação. Dilma disse que o governo luta para viabilizar a exploração do minério “garantindo a destinação de seus fabulosos recursos para a educação e a saúde”. “Continuamos a difícil luta pela melhoria da saúde e da educação, setores onde ainda temos muito a fazer, mas onde estamos conseguindo avanços.”
Mensalão
Em 2013, deputados federais foram presos pela primeira vez desde 1974 por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), como Natan Donadon (ex-PMDB-RO) e réus do mensalão, como José Genoino (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), além de outras figuras da base aliada do governo e do PT, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. No pronunciamento de hoje, Dilma não citou nenhuma prisão ou as condenações do valerioduto, que abalou o governo do PT no primeiro mandato da era Lula, mas buscou contabilizar o combate à corrupção a seu favor.
“Não abrimos mão, em nenhum momento, de apoiar o combate à corrupção em todos os níveis”, afirmou a presidente. “Exatamente por isso, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito”, afirmou Dilma, usando sua expressão típica para desvios de conduta.
Da mesma forma, Dilma fez menção a movimentos sociais que creditam a ela atraso na defesa de seus interesses, como os índios. “O Brasil também tem buscado apoiar fortemente suas populações tradicionais, em especial os grupos indígenas e os quilombolas. Eu tenho um imenso orgulho do programa Viver sem Limites que leva oportunidades e cidadania para as pessoas com deficiência.”
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