Eduardo Militão
Um grupo de manifestantes abriu no plenário do Supremo Tribunal Federal uma faixa preta com inscrições em branco durante protesto contra o pedido de extradição do ativista italiano Cesare Battisti, julgado desde as 9h45 pelos ministros. “Libertemos Cesare. Libertemo-nos”, dizia a faixa.
Os manifestantes foram rapidamente contidos por seguranças e retirados da sessão pouco antes da homenagem feita ao ministro Menezes Direito e ao advogado José Guilherme Villela, mortos na semana passada.
Do lado de fora do Supremo, um grupo entoou palavras de ordem e estendeu faixas afirmando que extraditar Battisti seria modernizar a Inquisição.
Cesare Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua, com privação da luz solar, sob a acusação de ter matado quatro pessoas no final dos anos 70, quando militava num grupo de extrema-esquerda. O ativista italiano nega participação nos crimes, diz que não teve direito de defesa e que corre risco de morte caso seja extraditado para a Itália.
Preso no Brasil em 2007, Cesare é considerado, desde o início do ano, refugiado político graças a uma decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, que contrariou a posição do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). A decisão das autoridades brasileiras, no entanto, é contestada no Supremo, que julga neste momento o caso.
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