Tarciso Nascimento
Levantamento realizado pelo Congresso em Foco, com base nas pesquisas já divulgadas pelos diversos institutos, mostra que o segundo turno para governador se encontra indefinido em pelo menos quatro estados. Em um deles, Maranhão, trava-se uma disputa histórica, em que Jackson Lago (PDT) ameaça a vitória da até então favorita senadora Roseana Sarney (PFL). Caso isso ocorra, será a maior derrota já sofrida por uma das mais tradicionais e poderosas oligarquias políticas do país, aquela comandada pelo também senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).
As expectativas em relação à sucessão estadual maranhense tem um atrativo extra: são inteiramente divergentes os resultados apresentados pelos institutos. De acordo com o Ipobe e o Brasmarket, Roseana estaria seis pontos percentuais à frente do adversário. Jackson Lago é apontado como o favorito pela Toledo & Associados e pelo Constat, no último caso com uma diferença de 16 pontos percentuais. As duas empresas foram as que ofereceram as previsões mais próximas da votação final, na eleição de primeiro turno.
Prometem ainda fortes emoções as eleições no Paraná, no Pará e na Paraíba. No caso do Pará, os institutos Ibope e Vox Populi também apresentam números contraditórios. O primeiro, assegurando vitória com folga da senadora Ana Júlia Carepa (PT); o outro, dizendo que há empate técnico.
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Roberto Requião (PMDB-PR) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) estão em vantagem em seus respectivos estados. Contudo, a pequena diferença indicada pelas pesquisas e os desacertos verificados nas projeções feitas pelos institutos para o primeiro turno nas eleições para diversos governos estaduais (leia mais) tornam pouco recomendável a indicação de favoritos nesses dois estados.
Os grandes partidos
O PMDB, que já elegeu a maior bancada para a Câmara dos Deputados e poderá ser o partido com o maior número de senadores (dependendo da definição do segundo turno nos estados), deverá ter pelo menos seis governadores eleitos. No primeiro turno, elegeu Eduardo Braga (AM), Paulo Hartung (ES), André Puccinelli (MS) e Marcelo Miranda (TO). No segundo turno, desponta como favorito no Rio de Janeiro (com Sérgio Cabral) e em Santa Catarina (Luiz Henrique).
Confirmada a reeleição do governador Requião no Paraná, o partido pode ficar com sete governadores a partir de 2007. A julgar pelas pesquisas, parecem remotas as chances de vitória dos candidatos peemedebistas em outros três estados onde se realiza segundo turno: Paraíba, Goiás e Rio Grande do Norte. Em 2002, o PMDB elegeu cinco governadores.
O PSDB, no entanto, também poderá sair como vitorioso das eleições estaduais. No primeiro turno, elegeu os governadores dos dois estados com maior colégio eleitoral (o paulista José Serra e o mineiro Aécio Neves), além de Teotônio Vilela Filho (AL) e Ottomar Pinto (RR). E é o favorito na disputa no Rio Grande do Sul (com Yeda Crusius) e na Paraíba, onde o tucano Cássio Cunha Lima tenta a reeleição. Sem falar que o ex-governador Almir Gabriel permanece no páreo no Pará. O PSDB elegeu seis governadores nas eleições passadas.
Já o PT, partido do presidente e candidato à reeleição Lula, elegeu quatro governadores – Binho Marques (AC), Jaques Wagner (BA), Wellington Dias (PI) e Marcelo Déda (SE) – e pode eleger ainda a paraense Ana Júlia. O partido parece sem fôlego para dar a vitória a Olívio Dutra contra a tucana e favorita Yeda Crusius.
Dos quatro grandes partidos, o PFL é quem tem o pior desempenho nas eleições estaduais. No primeiro turno, elegeu apenas um governador, o deputado federal José Roberto Arruda (DF). No segundo turno, disputa com chances razoáveis de vitória apenas no Maranhão. Mas Roseana Sarney já está com um pé fora da legenda, que abriu processo interno contra a senadora por causa de sua decisão de apoiar a reeleição de Lula, contra o candidato Geraldo Alckmin, da coligação PSDB/PFL.
PSB e PDT também se destacam
Quanto aos demais partidos, destacam-se o PSB e o PDT. O PSB elegeu no primeiro turno um governador (Cid Gomes, no Ceará) e se encontra em vantagem na disputa no Rio Grande do Norte (com a atual governadora Wilma Faria, candidata à reeleição) e em Pernambuco (com o ex-ministro e deputado federal Eduardo Campos).
Apesar da situação favorável em que se encontra, o partido não tem chances matemáticas de alcançar o número de governadores eleitos em 2002 (quatro). Mas a confirmação da vitória em três estados seria um fato de excepcional importância para o PSB, que hoje controla apenas um governo estadual (RN), já que os demais eleitos quatro anos atrás migraram para outras legendas.
O PDT, que no primeiro turno reelegeu Waldez Góes no Amapá, ainda está na disputa pelos governos do Paraná, com o senador Osmar Dias, e do Maranhão, com o ex-prefeito de São Luís Jackson Lago. Ou seja: em tese, a legenda também pode ficar com três governos estaduais.
O PPS, que elegeu dois governadores (Ivo Cassol, em Rondônia, e Blairo Maggi, no Mato Grosso), deve ficar com somente um. Blairo foi afastado da agremiação depois de se engajar na campanha de Lula, contrariando a orientação do partido, que apóia Alckmin.
O PP, que não elegeu nenhum governador no primeiro turno, é o favorito para conquistar o governo de Goiás, garantindo a reeleição de Alcides Rodrigues. Parece ter poucas chances, contudo, em Santa Catarina, onde o seu candidato, o ex-governador Esperidião Amin, está bem atrás do peemedebista Luiz Henrique.
Luiz Henrique, aliás, é um dos cinco governadores com possibilidades de se reeleger neste segundo turno. Os outros são Alcides Rodrigues (PP-GO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Wilma Faria (PSB-RN) e Roberto Requião (PMDB-PR). Se isso ocorrer, eles vão se juntar a mais nove reeleitos no primeiro turno, totalizando assim 14 governadores que conquistarão o direito de exercer um segundo mandato.
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Veja o mapa da disputa nos dez estados que ainda não definiram o governador.
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