O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AL), disse na manhã desta terça-feira (24) que não pode opinar sobre a denúncia de existência de assessores virtuais que ocupam 12 cargos comissionados (sem concurso público) na Casa. Em sua chegada hoje ao Senado, Sarney afirmou que não sabe sobre as contratações, que custam R$ 360,6 mil mensais aos cofres públicos.
“Eu não sei desse assunto, não conheço esse assunto e não posso opinar sobre ele. Se tiver coisa errada, deve ser desfeita”, se limitou a dizer Sarney.
A denúncia foi veiculada ontem (23) no Jornal Nacional. Segundo a reportagem, 12 cargos comissionados ficam à disposição dos quatro secretários que compõem a Mesa Diretora do Senado. A estrutura funcional extra não tem função específica. Mas o salário dos assessores técnicos virtuais pode chegar a R$ 6,4 mil por mês.
Problemas administrativos
Na manhã de hoje, o presidente Sarney disse ainda que não responde pelas questões administrativas da Casa. Questionado pela imprensa sobre o corte nas diretorias do Senado, Sarney respondeu que não tem “a função de gestor” e que esse tipo de pergunta deve ser feita ao primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
“Esses assuntos todos relativos à área administrativa, procurem o primeiro-secretário que está encarregado. É função dele dar todas as informações necessárias. Eu não tenha a função de gestor da Casa”, rebateu Sarney.
Nas últimas semanas, o Senado tem vivido uma crise decorrente de uso indevido de cotas de passagens aéreas, gastos excessivos com custeio de despesas de saúde de senadores e ex-senadores e excesso de diretorias na Casa. Na tarde de ontem, Sarney procurou se eximir das responsabilidades pelas irregularidades. O presidente chegou a declarar que “os problemas caíram em meu colo”. (Renata Camargo)
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