Rodolfo Torres
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota nesta segunda-feira (3) negando qualquer envolvimento na decisão judicial que censurou o jornal O Estado de S. Paulo. “É uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato.”
Na semana passada, o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Territórios (TJDFT), proibiu a divulgação pelo jornal e pelos veículos do grupo das gravações envolvendo o empresário Fernando Sarney, filho do peemedebista, obtidas durante investigação da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. Além disso, o desembargador impôs segredo de Justiça na decisão. (leia mais)
“Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum”, afirma o senador na nota.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reagiu à atitude do magistrado. O tucano anunciou que vai entrar com uma denúncia contra Dácio Vieira junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo o parlamentar amazonense, Sarney usou “seu peso político e a amizade com o desembargador Dácio Vieira para censurar previamente o jornal, de forma criminosa, na tentativa de proteger o seu filho Fernando”.
Confira a íntegra da nota de Sarney
NOTA À IMPRENSA
A respeito da medida judicial prolatada contra o jornal Estado de S. Paulo, venho esclarecer o seguinte:
1 – Meu filho Fernando Sarney, com 53 anos de idade, tem sido vítima de cruel e violenta campanha infamante por parte do O Estado de S. Paulo;
2 – É empresário, tem sua vida, sua família, sua independência;
3 – Na defesa de seu direito, por seus advogados, entrou na Justiça contra o Estado de S. Paulo, uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei. Não discuto a demanda, mas não posso condená-lo por exercer seu direito de cidadão;
4 – Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má fé querer me responsabilizar pelo fato;
5 – Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum.
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