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“Os feitos de Sarney transcendem as barreiras do Palácio dos Leões, no Maranhão, e do Congresso Nacional. Jornalista, poeta, escritor… Sarney tem muitos talentos! Suas obras literárias foram traduzidas para romeno, chinês, húngaro, russo, árabe, inglês, francês, espanhol, grego, alemão, italiano, búlgaro e coreano – 13 idiomas! E vários de seus textos foram publicados em 16 países. Vejam só quanto prestígio: pela versão francesa de O dono do mar, José Sarney foi comparado, em Paris, aos grandes escritores Jorge Amado e Guimarães Rosa”, discursou João Alberto, lembrando que Sarney ocupa desde 1980 a cadeira número 38 da ABL.
“Amigo e irmão” de Sarney, nas suas próprias palavras, João Alberto chegou a se emocionar em algumas passagens do texto. Diante de um plenário quase vazio – nem dez senadores circularam pelo plenário nesta sexta-feira (24) –, recebeu apenas um aparte, do senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Raupp também fez questão de tecer loas ao correligionário, destacando que ele foi e “ainda o é” personagem “muito importante” para o Brasil. “Que Deus possa lhe dar muitos, muitos anos de vida. Eu sempre falo que ele vai passar dos 100. Mas por que contrariar os desígnios de Deus? Ele pode durar 110, 115 anos. Com a saúde que ele está hoje, certamente vai continuar ajudando o Brasil”, emendou o parlamentar rondoniense.
Presidindo a esvaziada sessão plenário, Telmário Mota (PDT-RR) não deixou a cadeira da Mesa para igualmente afagar o ex-presidente da República. “Como disse o Senador Raupp, ele é uma fonte permanente de consulta – e uma consulta viva. Ele é importante agora, principalmente, em que o Brasil passa por uma crise política, financeira, econômica, moral. O presidente José Sarney não pode deixar de ser enciclopédia de consulta permanente dos políticos de bom senso deste país”, arrematou Telmário.
Nas palavras do orador João Alberto, Sarney “sempre foi um vanguardista” – em 1989, na gestão Sarney, fundou-se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), registrou João, e organizou-se o atual sistema de comunicação e o Portal da Transparência do Senado. O senador lembrou também que foi o cacique do PMDB quem pediu ao Tesouro Nacional, no que foi atendido, a concepção de um instrumento de acompanhamento dos gastos públicos – nascia o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).
João Alberto também apontou realizações do governo Sarney no Maranhão, apesar de o estado sempre figurar nos últimos lugares em listas de índices como IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, que mensura a qualidade de vida de determinada população.
“Esta Casa lembra, até hoje, [o também ex-senador e “imortal”] Rui Barbosa, que por aqui passou há mais de 90 anos, e assim também fará com José Sarney pelos seus quase 60 anos de vida pública. Sarney será, assim, como fazemos com Rui Barbosa, lembrado por séculos e séculos. Esta é a minha homenagem a José Sarney, ao seu imenso coração, à sua alma talentosa, à sua mente brilhante, ao seu talento administrativo, às suas ideias inovadoras e à seriedade com a coisa pública”, finalizou João Alberto, que em fevereiro foi reconduzido à presidência do Conselho de Ética do Senado pela quinta vez – foi nesse posto que, em 2010, ele rejeitou processo por quebra de decoro contra Sarney por suposto envolvimento no caso dos atos secretos.
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