Para o senador peemedebista, o partido extinto há cerca de 30 anos não deve ser recriado, a despeito da ação dos jovens militantes comandados por Cibele. “Nós estamos falando de coisas tão antigas, e mortas há tanto tempo, que esta é uma ressurreição que acho impossível”, declarou Sarney, que momentos antes havia falado sobre algo mais “transcendente”, a vida, e das mortes provocadas na Guerrilha do Araguaia e na Revolução Farroupilha. A entrevista foi concedida depois de encontro com membros do Conselho Nacional do Ministério Público (Conamp), que foram ao Senado pedir apoio à campanha “Conte até 10”, de valorização da vida e coibição à violência. O lema da campanha é: “Conte até 10. A raiva passa. A vida fica”.
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Apesar da nomenclatura da nova legenda, que precisa passar pelo crivo da Justiça eleitoral para ser criada, a estudante nega se tratar de um retrocesso político-social. Defendendo a atuação de um partido de fato conservador – o que seria a legítima “direita” –, em contraposição às tendências de esquerda atualmente no poder, ela garante que não haverá espaço para a identidade com práticas totalitárias da ditadura, nem abrigará grupos extremistas como neonazistas ou fascistas.
Cibele diz já ter mais de 100 apoiadores distribuídos por 14 estados, e que caminha para conseguir o número mínimo de assinaturas de adesão. Depois de reconhecido o caráter jurídico da sigla, com o estatuto formalizado no Diário Oficial, os fundadores da sigla precisam colher 491 mil adesões entre cidadãos brasileiros. O número equivale a 0,5% dos votos válidos na eleição mais recente para a Câmara (2010), em ao menos nove estados (um terço dos 27 entes federativos).
Antes de falar sobre a Arena, Sarney lamentou a escalada da violência no país e disse que os atuais registros de criminalidade refletem a “falta de consciência sobre o que é o sentido da vida”. “No Brasil, está acontecendo uma coisa terrível, que é a banalização do crime de homicídio. A vida desapareceu como o maior bem que um ser humano pode ter. É preciso que um sujeito, ao matar, tenha a consciência de que está perdendo a sua vida. Ele está destruindo uma vida, mas também perdendo a sua”, acrescentou o peemedebista, mencionando estatísticas brasileiras negativas sobre o assunto.
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