Fábio Góis
Alvo de uma série de denúncias e pressionado a deixar o posto inclusive por senadores de seu partido, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), adiou para amanhã (quarta, 5) o discurso de defesa que faria hoje em plenário. Em um dia marcado por reuniões e reafirmações partidárias a favor do afastamento de Sarney, os assessores do peemedebista avaliaram que, no calor das conversas e às vésperas da reunião do Conselho de Ética que pode definir seu rumo político, um discurso poderia ser mal recebido pelos demais senadores.
Ontem (segunda, 3), Sarney chegou a afirmar que estava com um “espírito bom”, e que não existia a hipótese de renúncia ou afastamento. A resistência contra as objeções foi recebida como mostra de arrogância e intransigência por alguns de seus desafetos, o que levou a um acalorado debate em plenário. Nervosismo que permanece hoje, agora com participação popular.
Leia: Ato pela saída de Sarney causa tumulto em plenário
Em discurso de cerca de duas horas e meia, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) subiu à tribuna para voltar a pedir a renúncia de Sarney, com críticas a alguns de seus aliados – como o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Collor reagiu às declarações mandando Simon engolir suas palavras e digeri-las como bem lhe conviesse.
Leia: Collor manda Simon engolir críticas a Sarney
Leia também
Deixe um comentário