Em entrevista publicada nesta sábado (14) pelo jornal Correio Braziliense, o ex-deputado distrital e suplente de senador, Gim Argello (PTB), afirma que vai assumir sua vaga no Senado dos próximos dias. Na entrevista aos repórteres Lilian Tahan, Marcelo Rocha e Fernanda Odilla, Gim classificou de "denúncias vazias" todas as acusações que surgiram após a renúncia de Joaquim Roriz (PMDB). O suplente de Roriz ficou 13 dias desaparecido sem dar declarações a não ser por notas enviadas à imprensa por meio de sua assessoria.
Segundo a reportagem, o futuro senador recebeu os repórteres no escritório de seu advogado Maurício Corrêa e aceitou responder às perguntas desde que fossem enviadas com antecedência por e-mail. “Vou fazer a minha defesa no tempo certo, quando for senador”, disse. Além de se defender, Gim negou que tenha sido sondado pelo então senador Roriz para renunciar junto com o segundo-suplente, o que poderia provocar novas eleições no Distrito Federal para a vaga de senador. “Somos amigos, não existe nenhum ressentimento, mas nunca combinamos renúncia coletiva”, afimrou Gim.
Leia a íntegra da entrevista:
Desde o dia 30 de junho, o senhor tem evitado aparecer em público. Por que se refugiou?
Tive problemas de saúde, sofri uma crise de hipertensão e recebi recomendação médica para ficar em repouso. Além disso, decidi pelo recolhimento. A renúncia do ex-governador Joaquim Roriz foi traumática para a política brasileira. Não vi razões para precipitações e, muito menos, para comemorações. O momento é apropriado à reflexão pessoal e ao preparo para essa nova etapa da minha vida.
Por que o senhor não prestou solidariedade pessoalmente ao ex-senador Joaquim Roriz?
Falei com o governador, sim. Conversamos por telefone logo após a renúncia. Sempre admirei muito o governador Roriz, meu companheiro de lutas políticas há longo tempo.
Desde que anunciou, por meio de nota, que vai assumir o mandato de senador, denúncias contra o senhor vieram à tona. Por que preferiu se fechar em vez de explicá-las pessoalmente?
Como já disse, por razões de saúde e opção pessoal, decidi que o recolhimento era o melhor caminho neste momento tão inesperado na minha vida política, provocado pela renúncia do governador Roriz. Não fiz isso por receio dessas denúncias descabidas, intrigas, mentiras, calúnias. Nada devo e nada temo. Sou um homem de luta. Tenho uma longa história na vida pública. Já fui testado e experimentado em quatro eleições. As denúncias de agora são as mesmas feitas pelos meus adversários a cada eleição. Não posso deixar que essas mentiras pautem minha vida pessoal e política.
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, escreveu no próprio blog que o aconselhou a não assumir o mandato. O senhor vai contrariá-lo?
Conversei com o presidente do meu partido logo depois da renúncia de Roriz. Em nenhum momento ouvi dele ou de qualquer outro companheiro do PTB sugestão para renunciar ao mandato. Pelo contrário, tenho recebido manifestações de apoio de companheiros do PTB e de outros partidos da base do governo no Congresso. A recomendação que Roberto me fez foi a de que não tomasse posse precipitadamente.
Qual é a melhor hora para tomar posse?
Não tomei posse até agora por razões médicas. No momento estou bem. Tomarei posse nos próximos dias. Não quero parecer afoito para assumir um cargo que me chega de um modo que jamais desejei.
Em nota, Roberto Jefferson disse: “Gim é frágil”. O senhor se sente assim?
Não, frágil não. Se fosse frágil não teria optado pela vida pública. Sint
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