Criado para distinguir os melhores deputados e senadores, além de estimular a sociedade a acompanhar seus representantes de modo ativo e participar plenamente da vida política, o Prêmio Congresso em Foco tem entre seus propósitos separar “os bons dos maus políticos” com assento na Câmara e no Senado. De acordo com a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), uma das entidades apoiadoras do prêmio, a votação ajuda a lembrar os políticos de que eles só exercem seus respectivos mandatos em razão do voto popular e reforçar para a sociedade brasileira que a solução da grave crise institucional que o país vive está dentro, e não fora, da política.
“Valorizar medidas como essa é ao mesmo tempo dar um recado para a sociedade, de que a saída para o nosso problema, para nossa crise institucional, não será resolvida a partir de uma iniciativa fora da política, mas sim por dentro da política. A democracia é um valor, é um princípio que não pode ser abalado por qualquer conjuntura negativa”, considera o presidente da Comissão de Legislação Anticorrupção e Compliance da OAB-DF, Antonio Rodrigo Machado.
Para ele, diante de tantos escândalos de corrupção envolvendo grande parcela de políticos, a sociedade precisa acompanhar melhor a atuação dos seus eleitos. Já para a escolha do prêmio, ele defende que sejam observados três importantes aspectos: vinculação ideológica, atuação parlamentar e como cada deputado e senador encaminha sua vida e sua carreira política.
“Observe se aquele parlamentar está perto e próximo daquilo que você entende como sendo o melhor para a sociedade. A política é feita por opções e opções que têm caráter ideológico. Verificar como o parlamentar tem executado aquilo que ele diz ser na teoria, diante da sua atividade no Congresso, e se ele tem uma atuação parlamentar profissional relevante”, pontua.
Contradição tremenda
O representante da OAB também considera essencial que a população saiba distinguir os discursos de pessoas que querem fazer parte da política, sob o argumento de não ser político. “Isso é uma contradição tremenda. Você não ser político não significa que você será um bom gestor ou um bom parlamentar. Não ser político significa que você não está ambientado ao atual sistema político. Por um lado isso é bom porque o candidato não está viciado em práticas eleitoral nefastas, mas pode ser péssimo quando não se está acostumado a lidar com demandas de natureza pública. Na administração pública o objetivo é a boa prestação do serviço público. Na iniciativa privada o objetivo é a obtenção de lucro”, observa.
Antonio Rodrigo rebate as críticas de que o prêmio não deveria ser realizado no atual cenário político. Na avaliação dele, o momento de crise é ainda mais propício para mudanças. “No momento em que vivenciamos uma crise política tão aguda em nosso país, nós compreendemos que reforçar a atuações políticas positivas serve como valorização dos bons exemplos, das boas atuações parlamentares, independentemente do perfil ideológico de cada deputado e de cada senador”, ressalta.
O regulamento deste ano prevê três formas de seleção: a votação pela internet, por jornalistas que cobrem o Congresso e por um júri altamente qualificado com representantes da sociedade civil. Assim como nos anos anteriores, estão excluídos da disputa os políticos que respondem a inquéritos e ações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, cerca de 380 parlamentares estão aptos a participar da votação, que se estende na internet até o próximo dia 30.
Premiação
Nesta edição serão premiados os mais votados nas duas categorias gerais (melhores deputados e melhores senadores) e nas três categorias especiais (combate à corrupção e ao crime organizado, defesa da seguridade e defesa da agropecuária. Os vencedores serão conhecidos durante a cerimônia de premiação, em 19 de outubro.
Profissionais de quase 50 veículos de comunicação participaram da votação da categoria, encerrada na última segunda-feira (11). Ao todo 73 jornalistas que cobrem as atividades da Câmara e do Senado ou se dedicam à cobertura política em Brasília foram consultados. Pela primeira vez, a pesquisa foi feita por meio de ferramenta eletrônica, com o envio de um link por e-mail ou celular àqueles que estavam aptos a votar. O sistema garante o anonimato dos votos.
Participam do júri, além de Sylvio Costa, o advogado e consultor empresarial Guilherme Cunha; a auditora de controle externo e ativista de movimentos sociais Lucieni Pereira da Silva; o analista político Antônio Augusto de Queiroz, que acompanha as atividades do Congresso para o movimento sindical, e o professor da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas.
O Prêmio Congresso em Foco teve o patrocínio e apoio da Ambev, Anabb, Governo de Mato Grosso, Uber, APCF, Anffa Sindical, Sinprofaz, Anfip, Anadef, AMB, Ciclo de Gestão, Febrafite, Abrig, OAB-DF e Sindicato dos Jornalistas
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