O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) não resistiu à força do governo e anunciou na manhã desta quarta-feira (25) a suspensão da sua candidatura à presidência da Câmara. O deputado nunca teve o apoio da direção do partido nem da bancada de 36 colegas que liderou até dezembro. Apesar dos sinais de que desistiria de concorrer – pressionado pelo presidente do partido, Gilberto Kassab, que é ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações do governo -, o parlamentar anunciou que vai esperar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre constitucionalidade do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à reeleição.
A candidatura de Rosso nunca agradou o Palácio do Planalto, que prefere o atual presidente Rodrigo Maia. Na terça-feira (24), o novo líder do PSD, Marcos Montes (MG), divulgou uma nota em que opta pelo apoio a Maia, desconsiderando o pleito do ex-líder da bancada. O próprio Rosso já tinha divulgado uma carta em que admitia que os colegas de partido e outros apoiadores da sua candidatura optassem por qualquer concorrente. “Suspendi minha campanha para aguardar a decisão do Supremo. Espero que isso aconteça antes do dia 2 [fevereiro] para que haja um controle constitucional”, disse Rosso na manhã desta quarta-feira (25).
Rosso admite retomar a campanha à presidência da Câmara caso o Supremo barre a candidatura de Rodrigo Maia. A expectativa do parlamentar é que essa decisão da Corte ocorra antes das eleições, previstas para o dia 2 de fevereiro. “Não consigo enxergar viabilidade jurídica e constitucional na candidatura de Rodrigo Maia. Essa candidatura traz insegurança jurídica para o país”, disparou o deputado durante o anúncio de suspensão de sua campanha.
Além de Maia, também disputam o segundo cargo na linha sucessória da Presidência da República o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e o deputado André Figueiredo (PDT-CE). O petebista também apóia o governo, mas denuncia que a reeleição de Maia rasga a Constituição que, no seu artigo 57, proíbe a recondução ao cargo do presidente da Câmara em uma mesma legislatura.
O assunto foi motivo de ação impetrada pelo Solidariedade e pelo PDT questionando no Supremo Tribunal Federal a legalidade da candidatura de Maia. A eleição interna está marcada para o dia 2 de fevereiro. Maia foi eleito em maio para um mandato tampão e substituiu no cargo o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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