A direção nacional do PTB está confiante. Depois de aumentar o número de prefeitos e vereadores nas eleições municipais, a expectativa é aumentar a bancada na Câmara de 19 para até 35 deputados. Nas últimas eleições, o partido passou de 270 para 418 prefeitos. O número de vereadores subiu de cerca de 2.400 para 3.800, segundo Jéfferson.
"Vamos fazer 30, 35 federais em 2010. É pé no chão", garantiu ontem (12) o presidente nacional do PTB, o deputado cassado Roberto Jéfferson (RJ), em visita ao Congresso.
Ao lado dele, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), afirmou que o número de pedidos de filiação é crescente. "Muita gente, muitos deputados nos procuram", disse. E a bancada, informa Jovair, vai ganhar mais três deputados, por conta da saída de parlamentares para assumirem cargos de prefeito em 2009.
Jéfferson e o líder do PTB disseram que o partido não se decidiu se vai estar na base ou na oposição nas eleições presidenciais em 2010. E não descartaram a neutralidade. "Isso é importante para as características regionais", disse Jovair.
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O presidente do PTB acha difícil a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, sair candidata e conseguir vencer as eleições. "Ela é gerentona. Não vejo jogo de cintura, mas é correta, honesta e arrumou a Casa Civil", avaliou Jéfferson. "Falta um sorriso mais contagiante."
Ele elogiou o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) como candidato e disse ser improvável que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), ingresse no seu partido. "Não sei se o nosso número de sapato cabe no pé dele. O pé do Aécio é enorme…", brincou Jéfferson. "Nós não temos sapato para ele. O PTB é um partido de médio porte."
Saída desejada
Jéfferson espera ver a saída do partido ex-ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia. Ele já deixou a presidência do PTB mineiro para o deputado estadual Dilzon Melo. "O Walfrido acabou com o PTB", detonou, ao se referir à redução de cinco para zero no número de deputados petebistas eleitos em Minas.
"Eu torço para que ele vá, que ele encontre um caminho. O PTB é pequeno para um homem da grandeza como ele", criticou. Jéfferson disse que, no Palácio do Planalto, o então ministro não trabalhava para o partido, mas para "o poder".
Ao contrário, desfiou elogios no substituto de Walfrido, José Múcio Monteiro, que "atende a bancada, não é vaidoso e nem arrogante".
Walfrido deixou o governo depois de ser denunciado pela Procuradoria Geral da República como um dos acusados de participar do chamado "mensalão mineiro" nas eleições para o governo de Minas Gerais em 1998. Da mesma forma, Jéfferson foi cassado pela Câmara por acusar, sem provas segundo os deputados, seus colegas de plenário de receber dinheiro para votarem a favor do Planalto.
Janela
Jéfferson e Jovair também se disseram favoráveis à possibilidade de uma "janela" para que os políticos pudessem trocar de legenda sem serem acusados de infidelidade partidária. Ontem, o Supremo Tribunal Federal confirmou a resolução do Tribunal Superior Eleitoral que determina a cassação do mandato dos parlamentares infiéis.
Mas no Congresso, duas proposições procuram mudar as regras impostas pelo Judiciário. "Nem marido e mulher é fiel até que a morte os separe", afirmou Jovair. (Eduardo Militão).
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