Edson Sardinha |
O novo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Leonardo Vilela (PP-GO), acusa os Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente de tentarem frear o crescimento do agronegócio no país. Segundo o deputado, os sucessivos recordes registrados nos últimos anos na produção de grãos e na pecuária correm o risco de não serem superados por causa da falta de liberação de recursos e das restrições à biotecnologia. Em entrevista ao Congresso em Foco, Vilela diz que o atual governo não é confiável e gera instabilidade entre os produtores. “Não dá para confiar num governo que trabalha sob pressão”, diz o deputado. Na avaliação dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cedido ao Ministério do Meio Ambiente e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em prejuízo do setor produtivo. Leia também Desde que anunciou o chamado "abril vermelho", há menos de um mês, o MST invadiu 28 fazendas em Pernambuco e 12 em São Paulo, além de ter bloqueado estradas e ocupado sedes regionais do Incra. Para Vilela, o Palácio do Planalto cede a chantagens e piora a situação. O mesmo ocorre, segundo ele, na disputa entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em relação à Lei de Biossegurança. Deputado em primeiro mandato, Vilela só poupa o ministro da Agricultura, na opinião dele, “o melhor do governo Lula”. Ele acusa o ministro do Desenvolvimento Rural, Miguel Rosseto, de fomentar a instabilidade no campo ao anunciar metas “inexeqüíveis” de assentamento. Diz que Rosseto e José Fritsch (Secretário Nacional da Pesca) ainda não disseram a que vieram. “Depois, o governo não cumpre a meta e cria uma frustração muito grande e um clima extremamente instável no campo, um foco de tensão social altíssimo”, avalia. Segundo o deputado, a intensificação das ações do MST pode causar impactos desastrosos para a economia do país, na medida em que provoca a retração do agricultor. O número de ocupações de terra cresceu 19% em todo o país no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período no ano passado. Vilela critica ainda a política econômica do governo, que impede a liberação dos recursos necessários para o escoamento e armazenamento da produção agrícola, setor que tem sustentado a economia brasileira. ATUALIZADA EM 13/04/2004 – 8H30 |
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