Mário Coelho
O Rio de Janeiro acaba de ser escolhido pelo Comitê Olímpico Internacional como a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Foram necessárias três rodadas de votação para a definição da vencedora. A cidade brasileira derrotou Chicago, eliminada na primeira votação, e Tóquio, excluída na segunda, antes de bater Madri na finalíssima por 66 votos a 32.
O orçamento previsto para os jogos no Brasil é de US$ 14,4 bilhões – cinco vezes superior ao estimado pela capital espanhola, três vezes maior que o esperado pela cidade norte-americana e duas vezes o que a capital japonesa pretendia gastar – entre recursos públicos e privados.
Mais de R$ 130 milhões foram usados pelo Comitê Rio 2016 com a atual candidatura, a terceira tentativa carioca. A cidade havia perdido as disputas pela sede dos Jogos de 2004, para Atenas, e 2012, para Londres.
A candidatura brasileira teve como principal articulador o presidente Lula. O presidente brasileiro fez um discurso mais emotivo do que seus colegas chefes de estado e governo. “Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é o único país que não sediou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos”, disse Lula (leia mais).
O Congresso em Foco mostrou hoje que o crescimento da candidatura do Rio acabou sepultando a CPI do Esporte Olímpico. O requerimento, motivado pelo mau desempenho da delegação brasileira na Olimpíada de Pequim, em 2008, pretendia investigar o destino de recursos públicos repassados pelo governo federal para entidades esportivas e a realização dos Jogos Pan-americanos do Rio, há dois anos. Parlamentares ouvidos pelo site apontaram que a vitória brasileira enterraria de vez a investigação.
Na apresentação espanhola, o presidente do governo da Espanha, José Luis Zapatero, tentou atrair para a cidade os votos dos membros latinos, africanos e asiáticos do COI. Durante seu discurso, Zapatero afirmou que os países da América Latina, da África e da Ásia também se beneficiarão caso os Jogos de 2016 sejam realizados na capital espanhola.
O rei Juan Carlos II também deu sua palavra no discurso de Madri. “Acreditem em mim: votar por Madrid é votar pelo total êxito das Olimpíadas e das Paraolimpíadas. Estou convencido que Madrid é o melhor lugar do mundo para se viver”.
Derrota de Obama
Apontada como favorita, ao do lado do Rio, Chicago, primeira cidade a ser eliminada, contou com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e de sua mulher, Michelle. O líder norte-americano, que ficou aproximadamente cinco horas em Copenhague, ressaltou a receptividade de seu país e disse que os Estados Unidos sempre estiveram de braços abertos para os povos de todo mundo. O democrata ainda disse que Chicago tem “todas as características do espírito olímpico”.
Já a primeira-dama Michelle afirmou que, quando criança, sonhava em ser como os grandes atletas, e que agora Chicago, sua cidade-natal, tem a chance de “ser iluminada pelas luzes dos Jogos”.
Na segunda rodada, Tóquio teve o menor número de votos. Durante a apresentação da candidatura, o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, garantiu o financiamento estatal necessário para que a capital japonesa volte a ser uma sede olímpica — a cidade já recebeu os Jogos em 1964. Hatoyama falou ainda do envolvimento dos cidadãos de seu país com o meio-ambiente, uma das principais bandeiras da campanha da capital japonesa. A intenção dos japoneses é reduzir em 25% a emissão de carbono no meio ambiente.
Com informações do portal iG
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