Revigorado com a eleição de Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara, o PT adotará tom triunfalista na resolução que será aprovada hoje no encontro do Diretório Nacional.
As críticas serão reservadas à política monetária conduzida pelo Banco Central, informa O Estado de S. Paulo. Mesmo sem citar o nome do presidente da instituição, Henrique Meirelles, a resolução petista do encontro de Salvador vai destacar que a equipe econômica precisa estar alinhada com os objetivos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Para a cúpula petista, o BC tem criado obstáculos ao crescimento ao diminuir o ritmo de queda da taxa de juros. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), há 15 dias, os juros caíram apenas 0,25 ponto porcentual, quando a redução esperada era de 0,50.
“Consideramos a última decisão do Copom desalinhada com as possibilidades da nossa economia”, afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). “A inflação está sob controle, o risco país, baixo e não há crise cambial nem fiscal. O país, portanto, tem condições para diminuir os juros de forma mais acelerada”, afirmou ao Estadão.
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Contrário ao bombardeio sobre o BC, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a política econômica não pode ser apenas aquilo que o PT, o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ou outras entidades desejam.
“É claro que todos podem criticar e apontar problemas, mas os rumos da economia são resultado de avaliações técnicas, que têm respaldo de Lula. E, como o próprio presidente diz, em time que está ganhando não se mexe.”
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), entende que o partido não pode centrar fogo em Meirelles, sob o risco de perder o foco no PAC. “Eu vi muita ousadia do presidente no lançamento do PAC e acho que devemos concentrar nossas energias na sua defesa, e não nas críticas ao Banco Central.”
A resolução petista também deve fazer referência à recondução de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado, destacando a eleição do peemedebista como fator importante para consolidar a base de apoio do governo no Congresso.
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