Descartada de maneira enfática pela presidente Dilma, a hipótese de uma eventual renúncia da petista já é cogitada dentro do PT, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Segundo a jornalista, dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que ela possa ser levada a uma atitude extrema em caso de “total ingovernabilidade” do país, o que pode ocorrer com a eventual derrubada do pacote fiscal a ser enviado pelo governo ao Congresso nos próximos dias.
A quase totalidade das medidas de corte de despesas e aumento de receitas anunciadas pela equipe econômica esta semana depende de aprovação do Parlamento, onde Dilma tem enfrentado forte resistência de oposicionistas e até de partidos aliados. A oposição lançou um movimento contra o aumento de impostos e tributos. O principal objetivo é barrar a recriação da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
A avaliação de dirigentes petistas, segundo Mônica Bergamo, é de que Dilma tem três semanas para virar o jogo e se estabelecer como única alternativa de poder no país até 2018. O entendimento entre eles é de que, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) barre um eventual processo de impeachment, o desgaste da situação poderia causar uma conflagração no Brasil.
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O risco de uma convulsão social foi levantado pelo ex-presidente Lula em conversa com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo o jornal O Estado de S.Paulo. No encontro, de acordo com o jornal, o petista pediu ao peemedebista para barrar pedidos de impeachment contra a presidente e apoiar medidas do ajuste fiscal.
O Planalto aguarda os desdobramentos da delação premiada do lobista Fernando Baiano, apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como operador do PMDB. A expectativa é de que suas revelações possam “arrastar” os principais líderes do partido do vice-presidente Michel Temer para o “precipício”, afirma Mônica Bergamo. Temer é quem assume o lugar de Dilma caso a presidente se afaste do cargo.
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