Menos de 14 meses depois de ter deixado a presidência do Senado, em meio a uma série de denúncias de irregularidades, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reassumiu hoje (2) a liderança do PMDB, no lugar de Valdir Raupp (RO). Renan já comandou a bancada entre 2001 e 2005.
Um dos principais articuladores da campanha vitoriosa do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado, o alagoano escapou da cassação, em 2007, após ser acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Renan também foi acusado, na época, de participar de um esquema de arrecadação de recursos em ministérios dirigidos pelo PMDB e de mandar espionar senadores que pediam a cassação de seu mandato.
O peemedebista preservou o mandato, após ser absolvido pelos colegas no Conselho de Ética e no Plenário, mas renunciou à presidência da Casa por causa da pressão de partidos da base aliada e da oposição. Em 2008, Renan pautou sua atuação em plenário pela discrição.
Mercadante
Outro senador que volta a exercer cargo de liderança após ter seu nome associado a um escândalo é Aloizio Mercadante (PT-SP). O novo líder do PT chegou a ser indiciado pela Polícia Federal, em 2006, por suposto envolvimento com a negociação de um dossiê que teria como objetivo atingir a campanha eleitoral dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
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O senador, porém, foi inocentado da denúncia, que acabou lhe derrubando da liderança do governo na Casa. No ano passado, Mercadante presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele assume o lugar ocupado nos últimos três anos pela senadora Ideli Salvatti (SC).
Gim
Integrante do grupo de apoio de Sarney, o senador Gim Argello (DF) também foi oficializado como novo líder do PTB. Ele substituirá Epitácio Cafeteira (MA). Gim responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal por crime contra o patrimônio, apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro (leia mais).
Em 2002, o petebista foi acusado de ter recebido 300 lotes para facilitar a regularização do condomínio Alto da Boa Vista, em Brasília. A denúncia foi feita a partir de uma fita de vídeo pelo então secretário de Assuntos Fundiários e deputado distrital licenciado Odilon Aires, que se queixava do fato de ter ficado com “apenas” 50 lotes.
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Outras bancadas decidiram manter seus líderes. Pelo sétimo ano consecutivo, os tucanos serão liderados por Arthur Virgílio (AM). Já o DEM será capitaneado pelo senador José Agripino Maia (RN) pelo nono ano seguido. O senador paranaense Osmar Dias também foi mantido na liderança do PDT.
O PSB, que só tem dois senadores, ainda não decidiu se mantém Renato Casagrande (ES) ou abre espaço para Antônio Carlos Valadares (SE). Ocupando quatro cadeiras na Casa, o PR ainda discute se mantém João Ribeiro (TO) à frente da bancada.
Representantes únicos de seus partidos no Senado, os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), José Nery (Psol-PA), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) também têm status de lideranças partidárias. (Edson Sardinha)
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