Reportagem publicada na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo informa que o relatório parcial que o senador Amir Lando (PMDB-RO) deve apresentar à CPI dos Sanguessugas na próxima quinta-feira dividirá os cerca de 90 parlamentares citados até agora em três categorias.
Da primeira, farão parte aproximadamente 60 nomes contra os quais Lando afirma ter provas concretas de envolvimento na máfia.
Essas provas vão desde documentos apresentados por Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, até grampos realizados com a autorização da justiça. O senador pretende fazer uma “ficha” de cada um desses parlamentares, agrupando todas as referências que foram feitas sobre eles.
No segundo grupo, figuram 21 parlamentares a quem Luiz Antonio, em depoimento à Justiça Federal, afirmou ter entregue propina em dinheiro vivo. Esses parlamentares negam as acusações.
Lando vai propor que sejam quebrados os sigilos bancários desses parlamentares, para que as investigações possam ser aprofundadas.
Do terceiro grupo farão parte pelo menos seis parlamentares contra os quais, de acordo com o relator, até agora a CPI não possui nenhuma prova concreta. “[Além destes seis], tem mais alguns nomes que, embora Vedoin os tenha lembrado, não há nada contra eles”, afirmou Lando.
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A matéria, assinada pela repórter Letícia Sander, diz que o relatório iniciará com uma descrição realizada pelo senador a respeito do esquema de fraudes na compra de ambulâncias, com detalhes sobre seu funcionamento.
A segunda parte trará a análise individual do envolvimento dos parlamentares. A última parte trará sugestões de medidas que podem inibir as irregularidades.
Lando também vai defender que sejam quebrados os sigilos de 80 assessores de parlamentares e terceiros que teriam recebido dinheiro do esquema fraudulento em suas contas bancárias.
O relator afirmou ontem que a explicação dada pelo assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) sobre o dinheiro recebido por ele da Planam é “inconsistente”. “Nenhuma das partes confirma a história. Essa história do barco é inverossímil”, disse.
Marcelo Cardoso de Carvalho, demitido por Suassuna na época do início do escândalo, alegou ter recebido dinheiro da Planam porque Darci Vedoin teria intermediado a venda de um barco dele.
Ontem, Lando se recusou a avaliar se Suassuna, líder da bancada do PMDB no Senado, deveria deixar o cargo devido ao acúmulo de acusações que pesam contra ele.
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