Os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), relatores da primeira representação protocolada pelo Psol contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateram as críticas do senador Wellington Salgado (PMDB-MG) que os chamou de “desleais”.
“Pode ser – e eu acho que é –, que nós sejamos duros no nosso relatório, mas por aquilo que encontramos. Duros sim, desleais não”, disse Casagrande. “Nosso relatório é técnico e foi feito com base nos documentos apresentados pelo próprio senador Renan. A maior parte da análise foi feita pelos peritos da Polícia Federal e ninguém tem dúvidas da credibilidade do trabalho feito”, acrescentou o relator.
Marisa Serrano aproveitou para criticar a participação do lobista Claúdio Gontijo na negociação do presidente do Senado com a jornalista Mônica Veloso. “Com relação a Cláudio Gontijo, o que colocamos aqui foi o que ele disse durante seu depoimento a esta comissão. Ele mesmo afirmou que fazia intermediação junto ao governo, ou seja, ele mesmo confirmou que era lobista”, disse a senadora concluindo que “o presidente do Senado tinha obrigação de ser mais cuidadoso com os amigos que colocava para intermediar suas negociações pessoais”.
Leia também
A relatora tucana também rebateu as afirmações de Wellington Salgado de que Renan nunca havia feito emendas que beneficiassem a Mendes Júnior. Segundo ela, a partir de uma emenda do senador apresentada em 2005, foi aprovada uma medida provisória que liberou R$ 15 milhões e beneficiou a construtora em 2006.
Com relação ao empréstimo que a defesa de Renan apresentou como prova de que ele teria recursos suficientes para pagar pensão à Mônica Veloso, os relatores disseram que seu comprovante nem apresenta assinatura e que, além disso, a existência desse empréstimo só foi divulgada por Renan após a verificação de inconsistências na relação entre suas despesas e suas receitas.
“O senador Renan não abriu o empréstimo feito junto à Costa Dourada de imediato. Em nenhum momento o senador Renan provou que pagou a senhora Mônica. Além disso, na documentação entregue pelo próprio senador Renan, ele apresenta a verba indenizatória como parte dos recursos que comprovariam que ele teria dinheiro suficiente para pagar a pensão de sua filha”.
Renato Casagrande questionou como Renan Calheiros havia conseguido arcar com todas as suas despesas com apenas R$ 74 mil conforme afirmou o senador Wellington Salgado, considerando que sua receita em outros anos estava na faixa de R$ 300 mil. “Com base nos valores declarados, nós concluímos que o senador Renan Calheiros não tem condição de pagar todas as suas despesas”, disse o relator.
Marisa Serrano destacou ainda que durante a reunião entre os relatores e o presidente do Senado, ele não fez ressalvas quanto à perícia da Polícia Federal. “E se não é quebra de decoro usar um lobista para intermediar negociações pessoais, se não é quebra de decoro não provar que pagou a senhora Mônica Veloso, ou provar que pegou um empréstimo, eu não sei mais o que é quebra de decoro”, concluiu a senadora.
Tropa de choque
Membro da tropa de choque de Renan, Almeida Lima (PMDB-SE), terceiro relator da representação contra o presidente do Senado, rasgou elogios ao voto em separado de Wellngton Salgado. Almeida classificou o voto em seprado de Wellignton Salgado de "demolidor".
“O voto apresentado é irrespondível”, complementou. (Soraia Costa)
Leia mais:
Deixe um comentário