O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) afirmou que, pelo menos até agora, não há nada contra o Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, acusado de envolvimento em um esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Não posos adiantar qual será minha conclusão. Temos que agregar informações. Mas não tenho nada ainda que confirme o envolvimento de Paulinho”, afirmou, na tarde de hoje (14), o relator do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
O colegiado ouviu na tarde desta terça-feira (14) o prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), que negou ter tratado de empréstimos do BNDES ao município paulista com Paulinho.
“É um absurdo. Não tem sentido. Nunca estive com ele para tratar desse assunto”, explicou o tucano. Ele enfaizou que, em 20 anos de vida pública, encontrou-se com Paulinho só duas ou três vezes em ocasiões “protocolares”.
O deputado José Carlos Araújo (PR-BA) não assegurou a inocência do deputado. Ele ressaltou ser necessário averigüar se representantes do BNDES foram à sede da Força Sindical – berço político de Paulinho – para tratar do empréstimo à prefeitura de Praia Grande.
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Opinião de presidente
Durante o depoimento do prefeito, até o presidente do Conselho de Ética, Sérgio Moraes (PTB-RS), defendeu o acusado. Ele destacou ser preciso parar com a idéia de que é errado um deputado tratar com o governo da liberação de recursos para seu estado.
Moraes usou a si mesmo como exemplo. “Tento fazer a liberação de verbas e recursos para os meus municípios. E vou continuar fazendo. Pego meus prefeitos pelo braço e vou, de ministério em ministério. E fico com vergonha quando não consigo”, avisou.
O presidente do Conselho de Ética é conhecido por suas frases contra a imprensa e o Ministério Público quando denunciam parlamentares, inclusive ele mesmo (leia mais aqui).
Entenda o caso
O processo contra Paulinho é resultado da Operação Santa Tereza, iniciada em dezembro de 2007 pela Polícia Federal e que tinha por objetivo apurar denúncias de exploração de prostituição e tráfico de pessoas.
Ao longo das investigações, a PF interceptou ligações de integrantes do grupo que negociavam a cobrança de uma porcentagem sobre o valor liberado pelo BNDES para a realização de financiamentos.
Segundo a PF, o prefeito de Praia Grande repassou R$ 2,6 milhões à quadrilha em troca da aprovação de financiamento de R$ 124 milhões para o município.
Por sua vez, Paulinho nega qualquer participação no caso e se diz vítima de perseguição política. (Rodolfo Torres)
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