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Em e-mail encaminhado ao Congresso em Foco, a assessoria de imprensa do deputado disse que ele, na verdade, “fazia referência àqueles que recebem através de fraudes em programas como o Bolsa Família ou o Seguro-Defes0”. O vídeo divulgado na internet e reproduzido pelo Congresso em Foco foi uma montagem de pouco mais de 50 segundos de um discurso que originalmente teve nove minutos e sem qualquer menção aos aposentados, esclareceu a assessoria de Alceu Moreira, que também encaminhou o link para o vídeo completo (veja aqui).
Na última quarta-feira (7), Alceu Moreira preparou e apresentou em 24h o relatório sobre a reforma da Previdência enviada pelo governo na véspera. O parecer, favorável, está pronto para votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, antes de seguir para discussão em plenário. O governo tenta votar a matéria o mais rapidamente possível.
Abaixo, a reprodução do trecho principal da fala do parlamentar gaúcho:
“Nós estamos tratando de 139 milhões de economias, 130 milhões de pessoas que foram aposentadas – muitas delas por uma decisão judicial sem nenhum conhecimento pericial de saúde, apenas porque não tinha perito. […] Quem vai fazer análises? Os peritos concursados. Ninguém será concitado a nada, ninguém será constrangido a nada, ninguém será obrigado a fazer absolutamente nada. Eles só farão se, tecnicamente, pela perícia médica, o cidadão ou cidadã tiverem ou não o direito de tê-lo. É assim que acontecerá. Na primeira leva de revisão daqueles a quem foram concedidos benefícios, na maioria por processo judicial – muitos deles presos, recebendo benefícios, encarcerados –, de cada 100 que foram analisados, 79 voltou [sic] ao trabalho. Nós queremos pagar perícia a quem tem direito de recebê-la. Mas pagar perícia como se paga [Seguro-]Defeso para pescador do Lago Paranoá? É claro que não. Aliás, vamos revisar. Pessoasque têm terreno da reforma agrária, 19 terrenos, e tem dois anos de idade; gente que faz Pronaf e já morreu há oito anos; 48 mil pescadores do Lago Paranoá recebendo Defeso, milhares deles recebendo Defeso em lagos secos do Norte-Nordeste – lagos que estão secos há mais de dez anos e tem pescadores recebendo Defeso certamente para pescar cabra, que é o que está pastando dentro do lago, é só o que tem lá. Mas eles continuam recebendo Defeso. Querem fazer uma discussão séria? Vamos fazer. Mas se é para fazer brincadeira na tribuna, nós também sabemos fazer, não tem nenhum problema. São milhões de pessoas que recebem dinheiro público, que falta para política pública, e isso mostra que [proposta de emenda à Constituição, do teto de gastos] 241 tem razão de ser. Quando pararmos de cobrar de quem não deve para pagar quem não merece, este governo vai dar certo, não se preocupem. Os arautos e os sábios que pregam naquela tribuna um modelo de governo que nunca deu certo em país nenhum do mundo. Aliás, a bela receita deles quase sempre vira Cuba ou Venezuela. Quase sempre vira isso, não deu certo em lugar nenhum do mundo. Mas eles querem assim. Aliás, vamos lá. Onde é que está, na 241, qualquer frase que diga que aquele recurso é o piso? Não. Nós estamos tratando é do teto. Ora, cada beneficiário da Previdência da [MP] 739 que não tinha direito de receber e que vai voltar ao trabalho é dinheiro que volta pro caixa da Previdência para pagar quem merece – talvez para os nossos filhos e netos, que podem não ter uma Previdência, se continuar esse sistema irresponsável e perdulário. É só por isso que nós estamos fazendo. Ora, se com perícia técnica impedir-se de pagar a quem não tem direito de recebê-lo transforma-se em crime contra pobre, tenho a impressão de que os advogados bandidos cresceram nesta Casa em grande número. Muita gente se exaspera e se desespera, argumenta, cria vocábulos para poder defender pessoas que não têm direito a receber. Mas não, vamos nós. Quem vai fazer as perícias? Os peritos que têm fé pública. Nós não vamos contratar peritos de ocasião filiados a partido de qualquer um. Não! São os peritos de quadro, que vão ter um incentivo para poder fazer mais quantidade de perícia e mais quantidade de horas. Estamos preservando o bem público. Aviso aos navegantes: o tempo da vagabundização remunerada acabou! Vagabundo remunerado neste governo [Temer], não! Nós vamos, certamente… Não adianta gritar. É que dói. Vagabundo remunerado não receberá.”