Mário Coelho
A presidência interina da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deve decidir até amanhã (6) se o pedido de reintegração concedido pela Justiça será cumprido ou não. O deputado distrital Cabo Patrício (PT), que assumiu o cargo no afastamento de Leonardo Prudente (DEM), tem duas opções. A primeira é aceitar o possível desgaste de uma ação policial para retirar os manifestantes acampados desde quarta-feira (2). A outra é deixar os estudantes e, com isso, dar tempo para a base aliada ao governador José Roberto Arruda (DEM) fazer uma nova eleição para presidente.
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Deixar os estudantes ocupando o plenário, na visão de parlamentares ouvidos pelo site, dá moral à mobilização externa contra Arruda e Paulo Octávio. Mas impede que as sessões tenham prosseguimento, como aconteceu na quarta e na quinta. Os distritais não conseguiram até agora eleger um corregedor ad hoc para analisar os processos por quebra de decoro parlamentar de oito deputados envolvidos no esquema de propina revelado pela Operação Caixa de Pandora.
Além disso, como o Congresso em Foco mostrou ontem, a base aliada tem se movimento no sentido de forçar a renúncia de Prudente. Se ele sair definitivamente do cargo ainda este ano, uma nova eleição deverá ser convocada. A intenção dos aliados a Arruda é tomar a presidência da oposição. Fazendo isso, não dariam prosseguimento aos pedidos de impeachment e esvaziaram a CPI da Corrupção, que ainda não foi criada.
Até agora, Patrício tem recebido muita pressão dos membros restantes da Mesa Diretora. Eles querem a desocupação imediata do plenário. Na sexta-feira, após reunião com os integrantes, o petista pediu paa que o procurador da Casa entrasse com o pedido de reintegração no Tribunal de Justiça do DF (TJDF). No mesmo dia à noite, saiu a liminar favorável ao Legislativo. Protocolar a ação, inicialmente, já tinha sido descartada por Patrício. Porém, por conta da pressão, foi obrigado a recuar.
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