Na madrugada desta sexta-feira (24), horário de Brasília, o premiê britânico, David Cameron, assumidamente contrário à separação do bloco, declarou que irá renunciar ao cargo. A escolha de um substituto deverá acontecer em outubro, quando o Partido Conservador – ao qual Cameron pertence – se reunirá para indicar um novo líder.
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A saída do bloco econômico ainda deve levar dois anos para se concretizar, pois precisa ser referendada pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu.
A notícia abalou mercados financeiros e suas consequências econômicas ainda estão sendo mensuradas. Após a divulgação do resultado, a libra caiu para o nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985. As autoridades britânicas agora se esforçam para evitar que a crise política se torne uma crise financeira. No Brasil, o Banco Central informou que está monitorando continuamente, nos mercados global e doméstico, os efeitos da decisão dos britânicos. O BC acrescentou que adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial.
Em entrevista à Rádio Estadão na manhã de hoje, o presidente interino Michel Temer disse que governo ainda vai avaliar os impactos econômicos que a decisão pode provocar na economia brasileira. “Nós não vamos discutir a decisão do Reino Unido do ponto de vista político. Do ponto de vista econômico, vamos esperar que esta decisão efetivamente se consolide para medirmos, em um segundo momento, qual impacto que ela terá”, afirmou.
Repercussão
Especialistas avaliam o risco de um “efeito dominó” a partir da decisão do Reino Unido, com a possibilidade de outras nações ameaçarem deixar o bloco. Aproximadamente 3 milhões de imigrantes europeus vivem hoje no país (uma das prerrogativas da União Europeia é o livre trânsito entre os países-membros). Em seu discurso mais cedo, Cameron garantiu que não haverá mudanças imediatas. “Asseguro aos mercados que nossa economia é fundamentalmente forte. Não haverá mudanças imediatas na forma como as pessoas viajam e como as mercadorias circulam”, explicou.
A Inglaterra e País de Gales votaram fortemente a favor da saída, enquanto cidadãos da Escócia e da Irlanda do Norte optaram pela permanência no bloco. Em Londres, 60% dos votos foram pela permanência na UE. No entanto, em todas as outras regiões da Inglaterra, a maioria votou pela saída.
Autoridades de diversos países continente Europeu lamentaram o resultado do referendo. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse que hoje é um “dia triste” para a Europa. “Hoje é um dia triste, é um mau dia para a Europa, mas a Europa tem de seguir em frente”, afirmou. O premiê italiano, Matteo Renzi, disse que respeita a decisão dos britânicos mas garantiu que a Itália continua comprometida com a União Europeia. “Os britânicos fizeram sua escolha e é a hora de virarmos a página”, declarou Renzi.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel e o presidente da França, François Hollande também lamentaram o resultado do referendo. Merkel reforçou que acredita que o bloco é forte o suficiente para lidar com a situação, e Hollande afirmou que “a votação britânica é um duro teste para a Europa”.
(Com informações da Agência Brasil)
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