O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), explicou que o debate sobre a reeleição não entrou na pauta da reunião do Diretório Nacional da legenda por não ser "prioritário". Segundo ele, só a aprovação da reforma política "já aumenta a qualidade da política".
Ele negou que o PT esteja divido sobre o assunto. "Isso ainda não foi discutido", disse. Assim como o presidente Lula, Berzoini é a favor do fim da reeleição. A legenda só vai se posicionar sobre o assunto, segundo ele, quando a proposta de emenda à Constituição, de autoria do deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), que prevê o fim da reeleição, começar a ser debatida no Congresso. Noticiou-se nesta semana que emissários do PT e PSDB se reuniram para discutir sobre o assunto, aprovado pelo Congresso em 1997 e que entrou em vigor no ano seguinte.
Sobre a reforma política, Berzoini citou itens como voto em lista preordenada, financiamento público de campanha e fidelidade partidária, apesar de não aprofundar em nenhum deles. "A reunião", afirmou o presidente do PT, "não tem como objetivo esgotar nenhum desses assuntos".
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No que diz respeito à convocação de plebiscitos e referendos, a posição do partido, afirmou, será o de respeitar a convocação via Congresso. "Pela lógica de fortalecer a democracia e a independência dos poderes, é fundamental que o plebiscito seja convocado pelo parlamento", disse.
Quanto à divisão dos cargos do segundo escalão, Berzoini negou que o partido esteja trabalhando com prazo. "É um processo complexo. São 11 partidos [da coalizão do governo], tem ainda a questão dos estados. Estamos procurando interagir com a equipe que o presidente Lula montou e acompanhar a reivindicação dos partidos, porque, obviamente, é uma análise combinatória", afirmou.
Sobre a confirmação do novo ministro do governo, o professor e filósofo Mangabeira Unger, que vai ocupar a Secretaria de Assunto de Longo Prazo, o presidente afirmou que o PT não tem que ficar "feliz ou triste". "É uma escolha de governo, ele é membro do PRB, partido da coalização", resumiu. "O governo tem seus critérios para fazer suas nomeações, faz parte do jogo político. Não vejo nenhum problema em ter no governo pessoas que já foram nossos adversários".
Em artigo em 2005, no auge do escândalo do mensalão, Mangabeira Unger escreveu que o governo Lula era o "mais corrupto da história", e chegou até a pedir o impeachment do presidente. (Lucas Ferraz)
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