Um dos líderes do movimento “Da Indignação à Ação”, o advogado e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Junior vai trazer à Brasília daqui a dez dias o resultado de um estudo que pode culminar no pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reale Junior, que em entrevista ao Congresso em Foco no mês passado descartou o impedimento de Lula, afirmou que, agora, vê crime de responsabilidade de Lula na fracassada operação do governo para suspender a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios.
“Esta intervenção direta do presidente, que deixa suas impressões digitais para tentar manipular a vontade do Congresso por meio de emendas, é imoral, mas não é o único motivo da iniciativa. Porém, impedir o exercício legítimo da fiscalização fere a dignidade do exercício da Presidência”, afirmou Reale Junior, ex-ministro de FHC e um dos redatores do pedido de impeachment de Fernando Collor (1990-1992).
Segundo o advogado, apóiam a iniciativa de debate o Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), a Associação dos Advogados do Brasil, o Instituto dos Advogados de São Paulo e Carlos Eduardo Moreira Ferreira, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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O presidente do PT, Ricardo Berzoini, vê no movimento uma tentativa de “sondagem” da opinião pública com fins eleitorais. “É uma ponta de lança do PSDB para tentar sondar a opinião pública, mas parece não haver clima para isso. O ambiente político que se tenta criar nas CPIs não se reflete nas ruas, pois o governo tem o reconhecimento da população.”
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