Renata Camargo
No lançamento oficial de sua candidatura à Presidência da República pelo PV, ocorrida nesta quinta-feira (10) em Brasília, a senadora Marina Silva disse que espera que “o Brasil possa ter a primeira mulher negra, de origem pobre, como presidenta da República”. Em discurso de quase uma hora, a candidata verde enfatizou pontos do plano de diretrizes de seu governo, divulgado hoje, e reforçou a necessidade de superar a “desigualdade de oportunidades”. A convenção oficializa a candidatura de Marina, que terá como companheiro de chapa o empresário Guilherme Leal, dono da empresa de cosméticos Natura.
“Espero que cada um de vocês possa assumir o compromisso pelo Brasil que queremos. Espero que cada homem que tem fé possa rezar e os que não têm possam torcer para que no dia 1º de janeiro de 2011, o Brasil possa ter a primeira mulher negra, de origem pobre, como presidenta da República Federativa do Brasil”, disse Marina.
Em seu discurso, Marina elogiou os avanços alcançados pelos últimos governo e defendeu que o país ainda tem muitos desafios. Ex-filiada do PT – partido pelo qual começou sua carreira política –, a candidata fez questão de enfatizar que o “Brasil não precisa esquecer suas conquistas, mas também não precisa fazer uma apologia cega”.
“Conseguimos tirar 25 milhões de pessoas da linha da pobreza. Isso é muita coisa. Não é por ser agora de outro partido que posso negar essa importante conquista de Luiz Inácio Lula da Silva, que quebrou o paradigma de que é preciso crescer para depois repartir o bolo. Mas não podemos esquecer que ainda temos muitos erros a serem corrigidos”, afirmou.
Estabilidade
Marina afirmou que a estabilidade econômica do país fez com que a crise mundial “ainda que tenha nos afetado, não nos abalou”, mas disse que não devemos ficar “no crescimento pelo crescimento”. Entre os desafios de seu governo, a candidata do PV colocou a necessidade de reduzir a “desigualdade de oportunidades”, de melhorar a qualidade do ensino e cuidar do patrimônio natural.
A candidata disse ainda que a sociedade civil organizada “surpreenderá aqueles que ficarem com a velha política como a única resposta para o Brasil”. Relembrou que é preciso superar os “desequilíbrios” das cidades, em especial, problemas do transporte público e de desastres como enchentes, que deixou de ser “um problema natural” e passou a ser resultado da “falta de estratégia, ética e visão”.
Alianças
A senadora aproveitou a oportunidade também para justificar a falta de alianças do PV com outros partidos. A candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente não conta com apoio de nenhuma outra legenda. Inicialmente, estava sendo costurada uma aliança com o Psol, mas o partido de Heloisa Helena rompeu com o PV para lançar candidatura própria.
“As pessoas têm cobrado que nós não temos políticas de aliança, pensando nessas políticas apenas como um cálculo pragmático de quem tem mais palanque. Nós temos sim alianças: com os jovens, com as mulheres, com índios, negros, com todos os brasileiros e brasileiras que estão aqui”, justificou.
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