Entre os 13 governadores eleitos em primeiro turno, quatro são do PMDB, partido campeão de votos também no Senado. PT vem em seguida entre os gestores estaduais eleitos ontem (domingo, 5), com três nomes. Já o PSDB elegeu dois governadores. Outros quatro partidos elegeram apenas um governador em primeiro turno: PSB, PCdoB, PDT e PSD.
Abaixo, confira um breve resumo biográfico de cada um deles.
Geraldo Alckmin – PSDB – São Paulo
Formado em medicina, Geraldo Ackimin vai cumprir seu quarto mandato como governador de São Paulo. Mesmo a crise de abastecimento que o estado atravessa não mudou o voto da maioria da população do Estado. O governador tucano tem ampla inserção no interior do estado. Alckmin também já disputou a presidência da República em 2005 contra o ex-presidente Lula, chegando a levar a eleição para o segundo turno.
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Fernando Pimentel – PT – Minas Gerais
Impondo uma derrota ao candidato do PSDB – partido comanda o estado há mais de 16 anos – Fernando Pimentel. Formado em Economia, foi secretário de Fazenda do governo de Patrus Ananias em Belo Horizonte em 1993 e vice-prefeito de Belo Horizonte em 2000, na gestão de Célio de Castro. Em 2005 toma posse como prefeito. Fernando Pimentel foi também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de Dilma Rousseff em 2010.
Paulo Câmara – PSB – Pernambuco
Ex-secretário de Fazenda, Paulo Câmara foi escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos – morto em acidente aéreo em agosto deste ano – após uma briga interna na ala pernambucana da legenda. Começou a eleição com baixo desempenho nas pesquisas. Após a morte de seu padrinho político, iniciou uma campanha pedindo que os eleitores votassem nele “em homenagem” a Eduardo Campos e protagonizou a maior virada da eleição estadual no Brasil, de acordo com o Instituto Datafolha.
Beto Richa – PSDB – Paraná
Nascido em Londrina, Beto Richa é engenheiro. Começou a vida pública como deputado estadual em 1994. Foi prefeito de Curitiba em 2004 e se reelegeu em 2008. Foi eleitor governador do Paraná em 2010 no primeiro turno. Este ano teve como adversários o ex-governador Roberto Requião (PMDB) e a ex-ministra da Casa Civil do atual governo, Gleisi Hoffmann.
Renan Filho – PMDB – Alagoas
A força do pai, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, teve participação fundamental no ingresso de Renan Filho na política. Embora não tenha aparecido em sua campanha, Renan Calheiros foi figura decisiva para alavancar a arrecadação de doações para a campanha do filho. Atualmente desempenhando a função de deputado federal, Renan Filho nunca desempenhou funções executivas.
Raimundo Colombo – PSD – Santa Catarina
Eleito governador de Santa Catarina em 2010 já no primeiro turno, Raimundo Colombo chega ao segundo mandato com tranquilidade. Ex-integrante do DEM, ele foi prefeito da cidade de Lages por dois mandatos além de deputado estadual. O governador foi um dos articuladores da criação do PSD.
Paulo Hartung – PMDB – Espírito Santo
Formado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Paulo Hartung iniciou sua trajetória política no movimento estudantil. Elegeu-se deputado federal e estadual. Também foi prefeito de Vitória e governador do Espírito Santo. Na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comandou a Diretoria de Desenvolvimento Regional e Social do BNDES.
Flávio Dino – PCdoB – Maranhão
Advogado e professor de Direito, cresceu e estudou em São Luís, onde atuou no movimento estudantil e, depois, assessorou sindicatos de trabalhadores. Renunciou à carreira de juiz aos 38 anos para se dedicar à política. Foi eleito deputado federal pelo PCdoB, sendo o primeiro parlamentar a ser escolhido quatro anos seguidos para a lista de mais influentes do Congresso em Foco, ainda no primeiro mandato. Também entrou na lista de Cabeças do Congresso, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Jackson Barreto – PMDB – Sergipe
Também advogado, iniciou a vida pública em 1970, como presidente do grupo jovem do antigo MDB, em Aracaju. Eleito vice-governador de Sergipe em 2010, herdou o comando do estado com a morte Marcelo Déda, em 2013. Servidor público lotado na Receita Federal, Jackson já foi deputado estadual e federal e prefeito de Aracaju. Além do MDB, já integrou PSB, PTB, PMN e PDT – neste último, em 1990, teve impugnada sua candidatura ao Senado. Ficou nacionalmente conhecido, em 2009, por apresentar proposta, rejeitada na Câmara, de terceiro mandato para o presidente Lula.
Marcelo Miranda – PMDB – Tocantins
Um dos artífices da criação de Tocantins, Marcelo Miranda já governou o estado entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, quando teve o mandato cassado por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006. Agropecuarista, seguiu os passos do pai, José Edmar Miranda, ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, e foi eleito por três vezes deputado estadual pelo Tocantins. Em 2010, candidatou-se ao Senado e chegou a ser e o segundo mais votado, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
Pedro Taques – PDT – Mato Grosso
Professor de Direito Constitucional e procurador da República, foi eleito em 2010 para o Senado, aonde chegou com status de jurista de referência na atual legislatura. Projetou-se, primeiro em nível estadual, pela defesa de comunidades indígenas e quilombolas e por ajudar na desarticulação de uma quadrilha que atuava em toda a Amazônia Legal. Já no Congresso, destacou-se como um dos principais críticos do voto secreto.
Rui Costa – PT – Bahia
Um dos fundadores do PT baiano, pelo qual milita desde 1982, o soteropolitano Rui Costa é filho de metalúrgico e, como o ex-presidente Lula, foi líder sindical a partir dos anos 1980. Economista, foi eleito pela primeira vez em 2000, como vereador de Salvador. Em 2007, foi nomeado secretário de Relações Institucionais pelo governador baiano Jaques Wagner e, em 2010, conseguiu uma cadeira na Câmara. Rui chega ao governo contrariando as pesquisas de intenção de voto na Bahia, que davam ampla vantagem para o adversário Paulo Souto (DEM) no começo das contagens.
Wellington Dias – PT – Piauí
Governador do Piauí em outras duas gestões, Wellington Dias é funcionário de carreira da Caixa Econômica. Também radialista, está filiado ao PT desde 1985. Integrou a Central Única dos Trabalhadores e, 1989 e 1992, presidiu o Sindicato dos Bancários do Piauí. Vereador por Teresina, deputado estadual e federal por seu estado, chegou ao Senado em 2011 empunhando a bandeira de sua origem indígena. Enfrentou processos no Supremo Tribunal Federal depois de mortes de piauienses provocadas, em 2009, pelo rompimento da Barragem de Algodões, obra do governo piauiense que ele diz ter sido iniciada no governo anterior.
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