Unidos nos esforços do Psol, o PV e o PPS preparam uma ofensiva contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber dinheiro de um lobista de empreiteira para pagar despesas pessoais. A idéia é questionar a provável absolvição do senador no Conselho de Ética no âmbito político e judicial.
De acordo com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), o primeiro passo é se posicionar contra “farsa da perícia” dos documentos de Renan – o presidente do Senado forneceu recibos para comprovar suas rendas agropecuárias, mas parte deles estava em nome de empresas de fachada. A análise começou ontem, mas vai verificar apenas a veracidade da papelada, sem observar se as empresas existem ou não. “Essa perícia é absolutamente ilegal. Vamos questionar na Justiça”, disse ele hoje (17) à tarde ao Congresso em Foco.
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Ao mesmo tempo, o PPS e o PV querem reclamar no âmbito do Congresso a legitimidade de Renan de presidir o parlamento brasileiro. “Vamos questionar a legitimidade dele. Onde já se viu no mundo um presidente do Congresso oferecer documentos falsos num processo em que responde?”, indignou-se Gabeira.
O presidente do PPS, o ex-deputado Roberto Freire, afirma não condenar e nem absolver Renan. “Eu gosto dele.” Mas defende uma ampla investigação. “O Brasil não pode ter um presidente do Senado sem que esse fato seja devidamente esclarecido e nem ter um relator [Epitácio Cafeteira (PTB-MA)] que quer botar uma pedra em cima de tudo”, avaliou Freire ao Congresso em Foco.
Por isso, ele defende que, caso o relatório de Cafeteira seja aprovado na próxima terça-feira, o PPS, o PV e o PSOL façam uma nova representação no Conselho de Ética. Tanto Gabeira como Freire temem a desmoralização do Congresso Nacional caso a investigação seja interrompida. O presidente nacional do PPS diz que os parlamentares não podem se assemelhar ao governo Lula, que é totalmente “corrupto”, segundo ele. (Eduardo Militão)
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