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A direção do partido e as principais lideranças – inclusive quem não compõe o diretório nacional – já concordam em antecipar as eleições diretas de filiados para escolher a comissão executiva e o comando nacional. O presidente da legenda, Rui Falcão, também topa não concorrer em nome da renovação na direção. Lançado pelo ex-ministro Jaques Wagner para a presidência da legenda, Lula deve continuar como presidente de honra do partido que fundou no início dos anos 1980.
Mas os petistas não vão limitar as mudanças no partido à troca na direção. O processo de tentativa de renovação implicará a substituição do principal instrumento de participação da legenda, as eleições diretas dos seus dirigentes, inclusive os estaduais e municipais. O acordo entre as principais correntes e Lula prevê o fim do PED, o Processo de Eleições Diretas, e sua substituição pela eleição dos dirigentes em convenções nacionais formalmente convocadas com esse objetivo.
Já há o consenso de que as eleições diretas devem ser antecipadas de dezembro de 2017 para abril ou maio do próximo ano, bem como a realização do Congresso, previsto para o segundo semestre do próximo ano, para maio ou junho. As eleições diretas internas do PT já provocaram denúncias dos próprios deputados petistas, inconformados com as filiações de última hora de militantes carimbados para apoiarem determinados grupos em troca de cargos na burocracia do partido, e até mesmo na estrutura pública.
TendênciasA eleição direta para escolher a direção reduziu a participação de correntes de esquerda da legenda na cúpula, entre elas a Mensagem ao Partido, liderada pelo ex-ministro e ex-governador gaúcho Tasso Genro. Ele é um dos mais críticos lideres petistas e, desde 2005, propõe uma renovação do estatuto e do programa partidários.
O nome do ex-ministro Jaques Wagner foi lançado para substituir Rui Falcão. Wagner citou o próprio Lula como alternativa. Mas o ex-presidente deve se concentrar em se defender das acusações do MPF e responder aos eventuais processos judiciais.
A cúpula do PT sabe que vai enfrentar muitas dificuldades nas eleições municipais de outubro. E quer tentar chegar ao pleito nacional de 2018 em uma situação menos ruim do que a enfrentada pelos petistas neste ano, principalmente depois de concretizados o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prisão do marqueteiro das duas campanhas da petista, João Santana, e do fato de que dirigentes da legenda envolvidos na Lava Jato.
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