Mário Coelho
A bancada do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) protocolou na tarde desta segunda-feira (4) um memorando pedindo a cópia do ato que autorizou a volta do deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido) à presidência da Casa. Em 1º de dezembro, ele se licenciou do cargo por 60 dias. Segundo assessores, a saída era por problemas de saúde. Porém, na última quarta-feira (30), foi publicada no Diário Oficial da CLDF a volta de Prudente à presidência.
“É injustificável que ele reassuma o cargo antes de transcorrido esse período, sem a ocorrência de nenhum fato novo que justifique a suspensão da licença”, disse a líder do PT na Câmara Legislativa, Erika Kokay. Por meio de nota, a deputada, que passa férias no Ceará, afirmou que a volta de Prudente ao cargo é “incompatível com a transparência do processo de investigação”. Ele foi flagrado em gravação de vídeo da Operação Caixa de Pandora colocando dinheiro de propina nas meias e nos bolsos do paletó.
O memorando protocolado pelos petistas na tarde de hoje requer ainda a informação de quem foi o responsável pela autorização da publicação no Memorando 68/GP no Diário da Câmara Legislativa de 30/12/2009, quando o deputado Leonardo Prudente comunica seu retorno e assina como presidente da Casa. Com a aprovação do Orçamento de 2010, os distritais entraram em recesso em 15 de dezembro. Somente na próxima semana eles voltam aos trabalhos para instalar a CPI da Corrupção e a comissão especial para analisar os pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido).
Não foi somente a bancada do PT que condenou Prudente por reassumir o cargo. Na sexta-feira (1º), o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, classificou a volta como “um descaro indescritível”. “Não poderia haver desfecho mais lamentável para o 2009 do contribuinte brasiliense, lesado em ações fraudulentas por políticos como Prudente, eleitos para defendê-lo e representá-lo”, disse Britto.
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