O empresário Valdebran Padilha, preso com o advogado Gedimar Passos no último dia 15 de setembro, com R$ 1,7 milhão, em um hotel de São Paulo, foi expulso do PT de Mato Grosso. O dinheiro apreendido seria utilizado para adquirir um dossiê contra políticos do PSDB.
Por 35 votos a favor e nenhum contra (houve duas abstenções), o diretório municipal do PT em Cuiabá decidiu, em reunião no último sábado, que Valdebran não faz mais parte da sigla. Jairo Rocha, presidente do partido em Cuiabá, afirmou que Valdebran se filiou ao PT em 2004 e participou da campanha de Alexandre César, candidato petista derrotado à prefeitura da capital mato-grossense, nas eleições de 2004.
Segundo o presidente do PT em Cuiabá, Valdebran descumpriu "quase todas" as determinações do estatuto do PT. "A maior questão foi ética", ressaltou. O advogado de Valdebran, Roger Fernandes, afirmou que, apesar de caber recurso contra a decisão, seu cliente não recorrerá, pois não vai "mendigar para ficar em um partido que não o quer". No entanto, afirmou que Valdebran considera a decisão "injusta". "As investigações nem terminaram", declarou.
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Na última quarta-feira, a Polícia Federal de Cuiabá afirmou que ainda não tinha elementos suficientes para indiciar Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Dossiê: Freud Godoy desiste de três testemunhas
O ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy pediu ontem ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, a desistência dos depoimentos de três testemunhas. Freud havia indicado as testemunhas para o processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que investiga a tentativa de compra de um dossiê contra políticos do PSDB por integrantes da campanha à reeleição do presidente Lula.
Os documentos ligariam o governador eleito de São Paulo, José Serra, e o candidato tucano derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin, à máfia das ambulâncias.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o advogado Gedimar Pereira Passos também já haviam formalizado a desistência dos depoimentos de testemunhas por eles indicadas. As testemunhas seriam ouvidas no último dia 10.
No entanto, o ministro do TSE decidiu aguardar o desfecho do julgamento do recurso da coligação Por um Brasil Decente (PSDB/PFL) para marcar nova data para que as testemunhas sejam ouvidas. Tucanos e pefelistas querem ter acesso às cópias do inquérito da Polícia Federal, que investiga a compra do suposto dossiê.
No dia 19 de setembro, o ministro César Asfor Rocha determinou a abertura de investigação judicial eleitoral contra o presidente Lula e mais cinco representados por abuso de poder econômico no caso do dossiê.
Os outros cinco representados são Freud Godoy, Márcio Thomaz Bastos, Ricardo Berzoini (presidente licenciado do PT), além do empresário Valdebran Padilha e do advogado Gedimar Pereira Passos, presos no dia 15 de setembro em um hotel da capital paulista com R$ 1,7 milhão, dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê.
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