O PT entrou nesta sexta-feira com representação no Conselho de Ética em que pede a abertura de processo para cassar o mandato do deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) por quebra de decoro parlamentar. O PT argumenta que Lorenzoni quebrou o decoro quando divulgou, no último dia 6, informações falsas sobre o deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP).
Na quinta-feira passada, Lorenzoni apresentou à CPI dos Correios, em sessão reservada, e à imprensa um documento acusando Dirceu de ter cometido crimes de falsidade ideológica e de responsabilidade. O ex-ministro, segundo o pefelista, teria recebido um empréstimo de R$ 14.322,51 do PT sem declará-lo em seu Imposto de Renda.
O ex-ministro da Casa Civil e o partido negaram que o dinheiro referia-se a um empréstimo. Com base em documentos, eles argumentaram que a dívida seria, sim, adiantamentos feitos a Dirceu, então presidente do PT, para cobrir despesas de viagens e outras atividades partidárias. SEgundo ambos, os débitos já foram pagos. Integrantes da CPI também desqualificaram, no dia da veiculação do suposto empréstimo omitido, a acusação do deputado.
No documento encaminhado ao Conselho de Ética, o PT sustenta que Lorenzoni fez chegar à imprensa as informações “de forma absolutamente precipitada e irresponsável”. Ressaltou que Lorenzoni divulgou “documentos sigilosos”, o que pode “comprometer a investigação em andamento”. “Não é porque temos uma dívida com a sociedade que vamos admitir atos levianos e irresponsáveis”, afirmou o deputado Wasny de Roure (PT-DF), que entregou o requerimento do partido ao conselho.
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Onyx Lorenzoni classificou de “manobra diversionista e intimidatória” a representação apresentada contra ele pelo PT. Hoje, o deputado disse que não renunciará ao mandato antes que o processo por quebra de decoro seja aberto, possivelmente na próxima semana. “É um absurdo a Câmara pensar em propor a cassação de um investigador enquanto os corruptos estão livres”, afirmou Onyx.
A representação do PT pode ser arquivada, caso o relator considere não haver provas da irregularidade, ou culminar na cassação de mandato. Na segunda hipótese, Onyx se tornaria inelegível por oito anos.
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