Mário Coelho
As direções do PT e do PMDB devem se reunir em duas semanas com o presidente Lula para discutir o apoio peemedebista à pré-candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República. O encontro, combinado entre Lula e o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), acontecerá após a viagem do petista à Bahia.
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O PMDB quer a vice-presidência na chapa de Dilma, mas a decisão de quem acompanhará a ministra na disputa de 2010 caberá a Lula. No jantar de ontem, na casa do líder da legenda na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), os peemedebistas reafirmaram que querem a vaga para continuar apoiando o PT em 2011. Além disso, acertaram que vão esperar a negociação com Lula até a próxima reunião.
Na semana passada, Temer e o petista estiveram em Copenhague (Dinamarca) para a apresentação da candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016. Lá, Lula teria marcado essa reunião com o peemedebista. A ideia dos dois partidos é construir um acordo que viabilize, além da chapa à presidência, o maior número possível de alianças regionais. O nome mais cogitado para o cargo é justamente o de Temer. “Não sei de onde saiu o meu nome. O vice só será definido no ano que vem”, despistou o presidente da Câmara.
A cúpula do partido não cogita apoiar outro candidato. Segundo o líder do PMDB na Câmara, a intenção é acelerar o processo de parceria no plano nacional para depois resolver possíveis problemas regionais. Essa proposta, porém, encontra resistência entre parlamentares peemedebistas. Para o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), a decisão não pode ser tomada sem ouvir as bases e lideranças nos estados.
Além disso, alguns parlamentares peemedebistas acham que buscar a vice-presidência neste momento é precipitado. Deputados ouvidos pelo Congresso em Foco acreditam que seria melhor para o PMDB esperar a definição dos adversários em 2010, especialmente o PSDB. O grupo do ex-governador Orestes Quércia defende que o partido negocie o posto de vice com o tucano José Serra.
Outro problema passa pelas alianças regionais. No Distrito Federal, por exemplo, o PMDB é aliado do DEM, que deve acompanhar os tucanos na disputa presidencial. Na Bahia, no Pará e no Rio Grande do Sul, por exemplo, os dois partidos pretendem lançar candidatos aos governos estaduais.
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