Mário Coelho
O Psol protocolou no Conselho de Ética do Senado, no início da tarde desta quarta-feira (29), a quinta representação pedindo a cassação do mandato do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), por quebra de decoro parlamentar. “As denúncias são muito graves. Por isso, não há outro caminho a não ser aprovar e encaminhar ao plenário o pedido de cassação de Sarney”, afirmou o senador José Nery (Psol-PA), que protocolou a representação junto com a presidente nacional do partido, a vereadora em Maceió Heloísa Helena.
Esta é a segunda denúncia apresentada pelo Psol. O documento pede que seja investigada a denúncia de que um financiamento de R$ 1,3 milhões para a Fundação Sarney, feito junto à Petrobras por meio do Ministério da Cultura, tenha sido desviado para outros fins, para empresas de parentes e amigos. Além disso, também quer a investigação sobre a casa de R$ 4 milhões, de propriedade de Sarney em Brasília, que não foi declarada à Justiça Eleitoral. A primeira, protocolada em junho, pedia a investigação dos atos secretos. As outras três são de autoria do PSDB.
Para Heloísa Helena, o partido, ao apresentar pedido de quebra de decoro contra Sarney, “cumpre apenas a sua obrigação constitucional”. Ela acredita que a situação do presidente do Senado piorou nas últimas semanas. “Hoje não são mais apenas indícios relevantes de crimes contra a administração pública praticados por Sarney. Pelo contrário. Existem fatos que mostram claramente o tráfico de influência, a intermediação de interesse privado, e exploração de prestígio, que possibilitam a cassação de mandato parlamentar”, afirmou.
“A diferença desta para a primeira representação são os fatos novos. Quem acredita no aprimoramento da nossa frágil democracia brasileira tem que continuar acreditando que a pressão popular, os meios de comunicação independentes, será capaz de sensibilizar o Congresso Nacional a estar à altura da necessidade de responder essa indignação que o povo brasileiro tem em relação ao Senado”, completou a presidente do Psol.
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