Edson Sardinha
A bancada do Psol no Congresso entregou hoje (24) ofício à Procuradoria Geral da República pedindo que sejam apuradas as acusações feitas pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda contra a cúpula do DEM em entrevista à revista Veja. No pedido encaminhado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os três deputados e os dois senadores do partido sustentam que não houve, até o momento, ?negativa substantiva? sobre o teor da entrevista.
O Psol diz que as declarações de Arruda requerem apuração porque são ?abundantes? em referências a indícios de irregularidades como tráfico de influência, propina e financiamento ilícito de campanhas eleitorais. ?As denúncias do senhor José Roberto Arruda implicariam desde pequenos favores como ‘nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários’ até o financiamento de campanha de candidatos do partido Democratas e de outros partidos políticos?, descreve o partido.
Arruda declarou à revista que arrecadava bastante dinheiro a partir de seu relacionamento com empresários de Brasília. Ele disse que utilizou esses recursos para ajudar políticos do DEM, como o atual presidente do partido, José Agripino Maia, e o senador Demóstenes Torres (GO), e também lideranças de outras legendas, como o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). ?Joguei o jogo da política brasileira”, respondeu o ex-governador ao ser questionado se era corrupto.
?Tais denúncias, ainda que provindas de pessoa sob investigação, são graves e, por isso mesmo, merecem a devida apuração por esse órgão?, defende o Psol no ofício. Ainda na entrevista, publicada no site da revista na quinta-feira passada, Arruda disse que ?errou gravemente? mas que nada fez diferente da maioria dos políticos do país: ?Dancei a música que tocava no baile?. Os advogados dele reclamaram que a entrevista foi concedida um mês antes das eleições e foi publicada somente agora pela revista sem a devida contextualização.
Os parlamentares citados pelo ex-governador reagiram qualificando as declarações dele como vingança por causa da participação deles no processo que resultou em sua saída do DEM. Ele deixou a legenda antes que fosse expulso.
Arruda ficou preso por dois meses por tentativa de suborno. O ex-governador foi acusado de ter oferecido R$ 200 mil a um jornalista de Brasília testemunha do esquema do mensalão do DF e amigo do delator Durval Barbosa. Antes, ele havia sido flagrado em um vídeo embolsando R$ 50 mil entregues por Durval.
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