Mário Coelho
A coligação que apoia o candidato tucano à presidência da República, José Serra, entrou com uma representação ontem (18) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo multa para a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Os oposicionistas questionam a nota oficial emitida na última terça-feira (14), na qual ela qualificou as denúncias de lobby no ministério como eleitoreiras e parte de uma campanha “em favor de um candidato aético e já derrotado”. De acordo com o TSE, a representação também é destinada à candidata petista Dilma Rousseff.
No pedido, a coligação “O Brasil Pode Mais” afirma que, ao chamar o candidato do PSDB de “aético e já derrotado”, Erenice “procurou de forma imprópria e indevida” relacionar tais imputações à candidatura de José Serra. Para os apoiadores do candidato tucano, a ex-ministra praticou conduta vedada a agente público ao procurar desqualificar o candidato adversário de sua correligionária.
Erenice pediu exoneração do cargo na última quinta-feira por conta das últimas denúncias envolvendo seu filho, Israel, e outros familiares na Casa Civil e outros órgãos do governo. Ontem (16), a Comissão de Ética do governo federal a puniu com censura por ter deixado de apresentar à Comissão de Ética Pública da Presidência documentos com informações sobre a sua evolução patrimonial e relação de parentes ocupando cargos públicos.
Leia a nota de Erenice à imprensa:
“1. Encaminhei aos Ministros Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, e Luis Paulo Teles, da Justiça, ofícios em que solicito que se procedam todas as investigações necessárias no sentido de apurar rigorosamente os fatos relatados em matéria publicada pela revista Veja, em sua edição mais recente, e que envolvem tanto minha conduta administrativa quanto a de familiares meus.
2. Espero celeridade e creio na exação e competência das autoridades às quais solicitei tais apurações.
3. Reafirmo ser fundamental defender-me de forma aberta e transparente das mentiras assacadas pela revista Veja. E assim o faço diante daquela que já é a mais desmentida e desmoralizada das matérias publicadas ao longo da história da imprensa brasileira.
4. Lamento, sinceramente, que por conta da exploração político-eleitoral, mais que distorcer ou inventar fatos, se invista contra a honra alheia sem o menor pudor, sem qualquer respeito humano ou, no mínimo, com a total ausência de qualquer critério profissional ou ética jornalística.
5. Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um “fato novo” que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado.
6. Pois o fato novo está criado e diante dos olhos da Nação: é minha disposição inabalável de enfrentar a mentira com a força da verdade e resoluta fé na Justiça de meu país, sem medo e sem ódio.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
14 de setembro de 2010“
Deixe um comentário